A negação da existência do Sexo Biológico

Você pode não perceber, mas muitas de nossas instituições acadêmicas e políticas agora são controladas por um grupo de negadores da ciência. Eles são estudantes de justiça social e estão nos dizendo que “o sexo biológico não existe”. É hora de prestar atenção, pois essa é apenas a ponta do iceberg.
Vamos começar com o nosso primeiro caso:

Em 2016, durante um painel de televisão, ao vivo, na famosa estação de transmissão do Canadá, TVO, um professor de estudos de gênero da Universidade de Toronto chamado Nicholas Matte disse:

“Não é correto a existência de algo como sexo biológico. Eu sou historiador da medicina. Posso explicar isso para você, se quiser, mas por falta de tempo, não vou.”

É isso mesmo que você entendeu: um professor de uma universidade estatal alegando que sexo biológico não é um conceito válido. Se você entende a teoria crítica e sua filosofia fundamental do pós-modernismo, isso não deve ser uma surpresa. Para provar que esse fenômeno foi normalizado, vou apresentar mais 8 casos de figuras públicas negando sexo biológico.

Começaremos com o Caso 2.

Da teórica queer Judith Butler:

“Precisamente porque fêmeas não parecem mais ser uma noção estável, seu significado é tão problemático e sem correção quanto ‘mulher’”.

Caso 3.

A bióloga e professora de estudos de gênero Dra. Anne Fausto-Sterling escreve em seu infame artigo de 1993, “Os Cinco Sexos”, que macho e fêmea não são descrições precisas do sexo biológico. Aqui, Fausto-Sterling usa intersexuais, pessoas com condições médicas complexas, para argumentar que macho e fêmea não são termos confiáveis. Como os indivíduos intersexuais têm corpos atípicos, eles são o alvo perfeito para a professora de estudos de gênero, que, em vez de aceitar pessoas intersexuais como variações naturais de machos e fêmeas, as chama de Herms, Merms e Ferms, que são Hermafroditas, Hermafroditas Masculinas, Hermafroditas Fêmeas. Viu? Agora temos três novos sexos. Para Fausto-Sterling, a idéia binária de macho e fêmea é “atrasada”.

Caso 4.

2018. Um biólogo molecular anônimo, sob o nome ScienceVet, escreve um tópico sobre como não podemos definir claramente masculino e feminino.

“Podemos continuar dividindo seu sexo biológico em diferenças cada vez menores em áreas do cérebro, níveis hormonais, diferenças de sinalização, variações genéticas. Não há nada que nos impeça de colocar CADA INDIVÍDUO em seu próprio compartimento”.

Na thread completa você pode ler ele até mesmo afirmar que existiriam 7,4 bilhões de sexos biológicos

Caso 5.

Teen Vogue, a revista de cultura pop para adolescentes. Ativistas de justiça social afirmam que o sexo biológico não é sobre qual corpo você tem, mas sobre “escolhas políticas, escolhas sociais e escolhas ideológicas”. E “é importante que realmente decifremos o que estamos dizendo quando falamos de sexo e gênero e se, sequer existe algo chamado ‘sexo biológico’ e, o que isso significa”.

Caso 6.

2019. Um advogado da União Americana das Liberdades Civis, Chase Strangio, argumenta que o sexo biológico não pode ser facilmente identificado.

“Não existe uma característica biológica única que se iguale ao ‘sexo biológico’. Existem típicas noções incorporadas na masculinidade e feminilidade e isso não significa que exista uma coisa binária coerente chamada ‘sexo biológico’”.

Usando essa lógica, ele argumenta ainda que os homens que se identificam como mulheres têm, não corpos masculinos, mas corpos femininos.

“Garotas trans não são do sexo masculino e não têm corpos masculinos. Apenas parem.”

Caso 7.

Estudantes de gênero atribuem as origens do sexo biológico a, não a biologia, mas a certidões de nascimento. Em uma revista de direito feminista australiana, Lena Holzer nos conta em seu artigo, intitulado “Corpos sexualmente dimórficos: uma produção de certidões de nascimento”, que registrar seu bebê como macho ou fêmea “na verdade produz e molda corpos para se desenvolver de maneira compatível com os entendimentos de dimorfismo sexual.”

Caso 8.

A deputada britânica Dawn Butler afirma, em televisão nacional, que bebês nascem sem sexo.

E, finalmente, o Caso 9.

No início de 2019, uma feminista chamada Maya Forstater foi demitida de seu emprego por alegar que o sexo biológico não pode ser mudado e que existem apenas dois sexos. Forstater criticou as reformas propostas para o Certificado de Reconhecimento de Gênero do Reino Unido, que permitiria a qualquer pessoa se identificar como homem ou mulher e obter acesso a espaços separados por sexo. Depois de apresentar seu caso em um tribunal de justiça do trabalho no final daquele ano, a juíza decidiu que a opinião de Forstater:

“Não é digna de respeito em uma sociedade democrática. Tal crença de que existem apenas dois sexos, masculino e feminino é incompatível com direitos humanos de terceiros que foram identificados e definidos pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos”.

Para o Tribunal, afirmar que macho e fêmea são realidades biológicas que não podem ser alteradas não é apenas cientificamente incorreto, mas uma ideia que

“não é digna de respeito em uma sociedade democrática”.

Existem inúmeros outros exemplos de figuras públicas negando sexo biológico, mas isso fica para outro tópico. Por enquanto, você entendeu: desde os escritos de professores de estudos de gênero como a Dra. Anne-Fausto-Sterling às reivindicações de políticos como Dawn Butler, o sexo biológico é uma categoria inexistente — um conceito que deve ser rejeitado por inteiro. Isso não é surpreendente, é claro, se você entende a ideologia desses novos negadores da ciência.

Os fundamentos da justiça social afirmam que:

— humanos nascem como placas em branco
 — a cultura e a sociedade constroem o sexo biológico
 — as ações só podem ser entendidas no contexto das forças socioculturais
 — as palavras podem ser usadas como ferramentas para moldar a realidade
 — humanos podem ser moldados de maneira preferencial

Aqui a percepção subjetiva de um indivíduo reina completamente, e começa a luta para reestruturar a categoria de sexo através do uso da linguagem. Como George Orwell disse uma vez:

Se esses novos negadores da ciência podem fazer você pensar que suas crenças no sexo biológico são cientificamente incorretas, e que discordar deles faz de você um fanático odioso e preconceituoso, então as idéias deles têm poder retórico.

Mas, este é o mundo em que desejamos viver? No passado, tínhamos terra planistas, fundamentalistas e cultistas, mas nenhum deles teve um controle institucional sobre nossas universidades, empresas e governos. Estamos dispostos a permitir que esses novos negadores da ciência solidifiquem ainda mais suas idéias em nossas leis, nossa cultura e na educação de nossos filhos? Caso contrário, é hora de prestar muita atenção ao que eles estão dizendo.


Tradução da transcrição do vídeo do Paradox Institute


Fontes:
[1] Matte, N. (2016). No Such Thing as Biological Sex. YouTube.

[2] Butler, J. (1990). Gender Trouble, 4.

[3] Fausto-Sterling, A. (1993). The Five Sexes

[4] ScienceVet. (2018). Binning everyone into their own bin. Twitter. https://twitter.com/ScienceVet2/status/1035255772836446209?s=20

[5] Teen Vogue. (2019). 5 Misconceptions about sex and gender. YouTube.

[6] Strangio, C. (2020). There is no single trait for biological sex. Twitter @chasestrangio. https://twitter.com/chasestrangio/status/1112696375223963649?s=20 https://twitter.com/chasestrangio/status/1230827722282278914?s=20

[7] Holzer, L. (2019). Sexually Dimorphic Bodies: A Production of Birth Certificates. Australian Feminist Law.

[8] Butler, D. (2020). Babies are born without a sex. YouTube.

[9] Newman, D. (2019). Forstater vs CGD Europe, What the tribunal actually found. A Range of Reasonable Responses.