Você não é 'demissexual', você é um ser humano normal.
Você não é 'demissexual', você é um ser humano normal.

Você se sente desinteressada em se jogar em homens aleatórios na cafeteria local? Você já se interessou por uma pessoa depois de conhecê-la? Você gosta de conversar com uma pessoa antes de arrancar todas as suas roupas e mostrar as partes mais íntimas do seu corpo? Talvez até várias conversas? A ideia de ter o pau de um estranho na boca te enoja? Parabéns — você é completamente normal. O que, aparentemente, é a pior coisa para se ser hoje em dia. Tanto é que a noção de que alguém formaria conexões românticas depois, não antes, de conhecer uma pessoa recebeu sua própria categoria especial no espectro LGBTQI &% $!. É isso mesmo, seu comportamento completamente saudável faz de você ‘demissexual’.

Segundo o Guardian, demissexual “fica na metade do caminho no espectro do assexual para o sexual”. A repórter Nosheen Iqbal conversou com uma jovem chamada Lidia Buonaiuto, que disse: “Eu não tenho uma atração sexual primária por ninguém da maneira que a maioria das pessoas têm. Eu me identifico como hetero e não sou de forma alguma uma puritana, mas preciso ter uma profunda conexão emocional com alguém antes que qualquer sentimento sexual apareça.” Isso a faz sentir que ela não é ‘normal’.

Embora seja fácil zombar da multiplicidade de identidades que as pessoas têm hoje em dia para confirmar seu status de não-normie*, a moda de se rotular de ‘demissexual’ é realmente um tanto triste e certamente mostra a onipresença e normalização de algumas tendências bem preocupantes.

Bandeiras ‘panromântica’ e ‘demissexual’ unidas com mensagem “Eu amo todos, mas preciso saber mais do que apenas seus nomes”

Buonaiuto explica que ela não consegue ter ‘escapadas sexuais’ com pessoas aleatórias, dizendo: “Eu não tenho esse desejo, meu cérebro não funciona dessa maneira e eu me forcei a situações que acabaram me dando uma muita angústia emocional.”

Em que planeta uma mulher se sentindo ansiosa com a ideia de fazer sexo com uma pessoa aleatória a marca como uma exceção, e não como a norma? Bem, aquele em que a cultura pornô e os aplicativos de encontros como o Tinder ensinaram a uma geração que eles não deveriam estar apenas afim de sexo a qualquer momento, mas que deveriam ser capazes de determinar quem poderia ser um bom candidato a um relacionamento íntimo baseado em pouco mais do que uma imagem, anexada a informações que geralmente não se estendem além da idade e do local.

Boné bordado “eu sempre deslizo para a direita”

Se fôssemos assistir pornografia pelo sentido literal, aprenderíamos que o sexo acontece em um instante: um homem que você nunca viu antes aparece à sua porta e no minuto seguinte o pênis dele está na sua garganta. O sexo, é claro, raramente acontece dessa maneira, fora da indústria do sexo e de situações de estupro ou similares. Na verdade, a maioria das pessoas desenvolve sentimentos de atração depois de conversar, se envolver e conhecer uma pessoa, pelo menos um pouquinho…

A atração é uma coisa complexa e, embora eu possa considerar alguém objetivamente atraente, isso nem sempre ou nem com freqüência se traduz em um desejo genuíno de se meter na cama com eles. São necessários vários tipos de outros fatores, incluindo elementos subconscientes, como feromônios e o som da voz de uma pessoa, além de outras variáveis mais pessoais, como bom gosto em sapatos, uma capacidade de entender que estou sendo sarcástica 100% do tempo, e belos ombros.

Máquina que utiliza um pedaço de carne para deslizar para a direita no Tinder

Embora aplicativos como o Tinder não necessariamente a joguem na cama com estranhos, eles dão a (confusa) impressão de que deveríamos ser capazes de determinar com quem queremos ter relações íntimas em um mero instante, sem nunca ter visto o rosto da tela na vida real. E embora os aplicativos de encontros baseados em deslizar imagens tenham se tornado o novo normal, eles não têm como principal objetivo ajudar as pessoas a conhecer parceiros em potencial. Certamente, muitas pessoas se conheceram através do Tinder, mas seu verdadeiro objetivo é manter você deslizando pela tela, como quem usa uma máquina caça-niqueis. Ele incentiva um tipo de comportamento viciante que libera dopamina no cérebro, mantendo os usuários o usando. Embora possa parecer que esses tipos de aplicativos expandem as possibilidades de encontrar um par, na verdade estamos perdendo informações essenciais, que necessitamos para determinar se estamos interessadas em uma pessoa e se essa poderia ser uma boa parceira — informações que recebemos quando nos envolvemos com pessoas na vida real. Quero dizer, quem de nós não teve a experiência de seguir ou interagir com alguém online, apenas para descobrir que eles eram completamente diferentes (e infelizmente, muito piores) pessoalmente?

Para as mulheres em particular, a ideia de que elas deveriam se sentir completamente confortáveis fazendo sexo com estranhos é ainda mais esquisita. Claramente, existem grandes riscos ao fazê-lo. Você simplesmente não pode determinar se um homem é seguro e confiável em uma tela ou em questão de minutos. Existem boas razões para conhecer uma pessoa e conectar-se emocionalmente com ela, antes de dormir com ela, e a normalização do oposto me parece algo que coloca em risco as mulheres, empurrando-as para situações que algo lhes diz para tomarem cuidado.

“Em uma geração onde é fácil achar um parceiro romântico ou sexual deslizando em um aplicativo, eu notei que eu tenho dificuldade de encontrar parceiros comparada à amigas.”
“Decidi aceitar que eu não vou encontrar um parceiro deslizando para a direita.”
“Eu estou completamente ok com isso e não tenho questões com ser solteira, com vinte e poucos anos, em Nova Iorque.” — quadrinho de ‘Confissões de uma Demissexual

Para que eu não pareça uma velha puritana, não acredito que não seja natural desejar pessoas que não conhecemos muito bem. Eu vivo neste mundo há vários anos e, durante esse tempo, fiquei com pessoas que não divulgaram seu histórico familiar ou o fato de ouvirem o Coldplay deliberadamente (certamente uma forma de abuso). Ao mesmo tempo, fico confusa e incomodada com a normalização de conceitos como “demissexualidade”, que postulam que a “norma” é algo que não é necessariamente normal ou saudável. Estou ainda mais preocupado que jovens como Buonaiuto sintam vergonha e constrangimento porque querem ou precisam de uma conexão genuína com um homem antes de entrar em um relacionamento sexual com ele. Quem já esteve em um relacionamento antes sabe que, geralmente, o sexo fica melhor à medida que você conhece uma pessoa. De fato, faz todo o sentido que, ao conhecer uma pessoa e se sentir mais confortável com ela, você também se conecte mais profundamente, no nível sexual.

Comparando uma pessoa que não experimenta desejo sexual separado da conexão humana genuína com um ‘assexual’ (ou seja, uma pessoa que não sente atração sexual), como a revista Seventeen** fez no ano passado, explicando que “a demissexualidade está dentro do espectro da assexualidade”, me indica que fomos muito fundo na toca do coelho da cultura pornô. Se posso oferecer algum conselho como a sábia anciã que sou, é desligar o telefone e interagir com pessoas do mundo real. No mínimo você aprenderá muito sobre você e os outros e, pelo menos, será capaz de evitar desperdiçar seu tempo mandando mensagens para alguém que você não conseguiria conversar pessoalmente, menos ainda dar uns amassos. Eu posso ser chamada de radical por dizer isso, mas vamos normalizar a humanidade, não a objetificação.


Meghan Murphy é escritora em Vancouver, no Canadá. O site dela é o Feminist Current.


*normie é uma gíria para o adjetivo ‘normal’, no sentido de básico, comum, ordinário, aplicado à pessoas ou coisas.

**Seventeen é uma revista adolescente estadunidense, mas aqui no Brasil a revista Capricho também fez uma matéria parecida sobre demissexualidade.


Tradução do texto de Megan Murphy do Spectator

https://spectator.us/demisexual-normal-human-being/

37 COMENTÁRIOS

  1. Muito obrigado por esse texto maravilhoso!

    Me sentia um estranho a adolescência e início da vida adulta até me falarem que eu era demissexual, à essa altura eu já não me importava mais, podia me chamar do que fosse, já tinha aceitado minha sexualidade do jeito que ela é depois de várias tentativas merdas de ser “normal”

    (Desde beijar com a sensação “Caralho, o que eu to fazendo aqui?”, até chegar a hora do sexo e, ou não ter ereção, ou perder a ereção no meio do ato, ou não gozar, ou raramente chegar a sair o sêmen depois de MUITO TEMPO, mas eu não ter a sensação gostosa do gozo)

    Mas sempre tive essa impressão de que o “normal” era repulsivo, e quando me falaram o que era demissexual eu pensei “porra, sou isso aí mano, mas ao meu ver isso que é o normal de verdade”.

    Muito obrigado, vocês são fodas <3

  2. Acho q houve uma confusão no (não) entendimento do conceito… Confundiram não ter atração sexual (sem maiores laços afetivos) com não estar disposto a transar com qlqr estranho “na cafeteria”…

  3. Isso não é demissexualidade. Demissexualidade não tem a ver com querer ou não beijar alguém, querer ou não fazer sexo com alguém, não é sobre conhecer a pessoa pra depois “ficar” não é nada disso! Demissexualidade não e ser celibato, não e ter baixa libido, e não é o que o texto descreve. Esse texto está repleto de preconceito e não mostra o que de fato é a demissexualidade, atração sexual não é algo que escolhermos e a atração sexual não está ligada ao desejo sexual, são coisas diferentes! Sei que é difícil para quem não é demissexual entender o que de fato é, e que têm mta pessoa ai pagando de demissexual e na verdade não é, mas acho que vale um esforço para entender quem é de fato assim.

  4. Cara, essa foi a merda mais preconceituosa e ridicula que eu ja li. Vocês se rotulam feministas com esse preconceito todo? Serio???
    Primeiro que nem pesquisaram essa merda direito, quem escreveu o texto não sabe diferenciar sexualidade de atração.
    Demissexual é quem NÃO SENTE TESÃO POR PESSOAS SEM LAÇO AFETIVO, NÃO SENTE!!! Não é ser exigente, mas sim ser INCAPAZ de ter essas relações. Mesmo que vc queira MUITO, mesmo que seja A PESSOA MAIS LINDA DO MUNDO, mesmo que seja o HOMEM/MULHER DOS SEUS SONHOS, você NÃO SENTE TESÃO. Não é sobre não pegar quem você vê pela frente como um caminhão de lixeiro. Não é sobre escolher melhor as pessoas as quais você se relaciona. É sobre olhar pras pessoas e não sentir NADA DE TESÃO EM NENHUMA CIRCUNSTÂNCIA A NÃO SER QUE TENHA LAÇOS AFETIVOS. Não é dificil de entender.
    Pesquisem mais antes de escrever merdas aleatórias como essa por favor. Vocês estão dificultando as coisas pra quem ainda não se encontrou e se sente deslocado(a) como eu sempre me senti.

  5. Essa merda de texto preconceitoso!!! Sério? Qual é problema em ir pesquisar sobre nós, Demissexuais, olha sinceramente não deveria ter perdido meu tempo lendo esse merda de descrição horrível.

    Nós existimos sim, e NUNCA desmereça a sexualidade dos outros!

  6. Não, não é, por favor não se deixe levar por esta merda de texto que vc leu! Sinceramente machuca demais ver este tipo de gente tentando nos anular.
    Existimos sim e você pode ser um de nós e não saber e acabar não sentindo representação alguma por achar que é só mais uma pessoa no mundo. Entenda-se melhor e pesquise em sites mais confiáveis do que esse para se entender consigo mesmo.

  7. Esse foi um dos textos mais sem sentido que já li. Simplesmente banalizar a demissexualidade dizendo que é normal querer saber o nome da pessoa antes???? Existe uma enorme diferença entre querer conhecer alguém que você QUER ficar, e precisar conhecer alguém pra querer ficar com essa pessoa. Não é escolher melhor, é genuinamente não ter tesao por simplesmente pênis ou vagina, é ter tesao em alguém, nos laços com essa pessoa. Não tanto isso não envolve machismo, como existem muitíssimos homens demi, cujos quais simplesmente não conseguem ficar eretos por alguém que eles não tenham laços. Isso parece querer escolher melhor? Nem um pouco.

  8. Olha esse foi o post MAIS OFENSIVO QUE EU VI sobre demissexualidade, a Demissexualidade é quando vc tem que conhecer a pessoa e ter muita vontade de estar cm ela ou ele ou elu, eu só tive 1 pessoa até hoje que eu me apaixonei, sendo que conheço MTA gente… Demissexualidade está no campo da assexualidade por isso. Nós não nos apaixonamos por beleza ou gênero (a não ser que vc seja demissexual lésbica ou gay), mas sim por quem a pessoa é! E se tiver outro Demi que viu q eu falei algo errado pode me corrigir ; D

  9. Texto patético. A bonita acha que é do padrão, uma pessoa não conseguir se envolver com outra de maneira sexual, mesmo estando tudo ali na sua frente. Olha, não sou feio, sou malhado e altamente versado no trato social. Nenhuma mulher diria que eu tenho problemas de “performance”. Hoje descobri que não tenho mesmo. Meu problema é o de sempre desde que me conheço por gente… Sem o entrelaço emocional específico que gera a atração sexual, simplesmente não vai rolar de boas.

    Tô tentando levar uma vida de solteiro, sendo assim e não é nada fácil, pq tenho que ficar me lembrando constantemente que A PESSOA na minha frente é um outro. Uma pessoa que não é como eu, Demissexual não tá escrito na cara e eu não estou buscando uma pessoa como eu. Eu quero apenas viver minha vida sem me machucar, acreditando demais ou colocando expectativa na pessoa.

    Moça a Sra precisa de parar de falar se não é seu lugar de fala…

  10. Há realmente uma grande confusão. Nem a autora do texto não entendeu o que significa a demissexualidade. Ser demissexual é precisar de conexão emocional profunda para se relacionar. Não se trata apenas do parceiro ser estranho ou não. Significa que o demissexual às vezes convivendo meses ou até anos com alguns indivíduos aí ele começa a sentir a atração, às vezes por um amigo, por um colega de trabalho, etc. Não é planejado, como por exemplo a pessoa ” conservadora normal “, como subentendido no texto, que conhece um indivíduo e planeja ir conhecendo melhor, para que o sentimento e a intimudade vá brotando. O demussexual não faz esse planejamento até porque ele não sabe se aquele escolhido para ir se aproximando vai gerar a conexão que ele precisa, ou seja, ele tem medo de fazer a outra pessoa perder tempo. É como eu disse acima, esse sentimento/conexão vai brotar por alguém que já vem havendo uma convivência, mas não foi premeditado. Esse é o problema que diferencia o demissexual do conservador, o demissexual ao longo da vida vai ter menos parceiros e se relacionar menos porque ele não quer gerar expectativa na outra pessoa e às vezes quando ele brota o sentimento por aquela pessoa do convívio (a quem ela não havia dado mínima esperança) este pode já estar em outra, ou cansado de “correr atrás”. E essa é a frustração do demissexual. A questão não é só o tempo e nem só o fato de “conhecer melhor” a outra pessoa. É muito mais complexo, e isso trás prejuízos emocionais a quem realmente tem esse tipo de sexualidade. Então o texto acima está se referindo a uma pessoa conservadora e não a um demissexual. Esse tipo de ignorância atrapalha quem tem essa condição e muitas vezes precisa de acompanhamento psicológico para se entender melhor.

  11. Texto maravilhoso! Veja como as pessoas tem medo do normal, precisam procurar um rótulo pra se sentirem bem! Você não é demissexual, você é um ser humano NORMAL, e um ser humano normal busca relações saudáveis, apenas!

  12. “QG Feminista é uma coletiva feminista, formada por mulheres de todo Brasil, cuja missão é produção, a disponibilização e a popularização de material e ideais feministas. Estamos aqui para disputar consciências e fortalecer a luta pela libertação das mulheres. Vamos juntas?”

    Sério que esse é o material e ideais feministas??? Realmente estão aqui para disputar consciências???? Deveriam saber mais do que nunca que uma causa NUNCA deve ser desvalorizada. Ver um texto tão preconceituoso como esse e ver que os autores se intitulam FEMINISTAS, é repulsivo. Sou feminista e eu nunca na minha vida me juntaria a esse tipo de material, é VERGONHOSO!!! Vocês não tem lugar de fala e muito menos base para entrar nesse assunto, pesquisam MUITO BEM antes de publicar qualquer matéria e mesmo assim tomem muito cuidado com o que escrevem. Releiam esse texto, se não acharem nada de errado, releiam novamente até perceberem o quanto isso foi algo fútil e opressor. E as pessoas que leram esse tipo de artigo e também não acharam algo de errado, procurem mais sobre o assunto em sites confiáveis. Não em um blog de FEMISTAS ridicularizando causas que elas nem sequer entendem. Espero realmente que revejam seus “ideais” e comecem a seguir o real objetivo do FEMINISMO.

  13. Ainda bem que não fui só eu a ficar com desconfortável, não é possível que escrevam toda essa merda sem pesquisar sobre o que se trata. Pra piorar colocam demissexualidade como algum tipo de modismo.

  14. Mas isso é normal, para os demissexuais, quem está de fora do espectro é diferente, e o normal é relativo, VC NÃO PRECISA SAIR BEIJANDO E TRANSANDO, sendo Demi ou não, se n quiser apenas ignore as pessoas cobrando, não vá por esse texto preconceituoso.

  15. Outra preconceituosa, não gosta de rótulos não os use, deixe os outros, e não se trata de rótulos, é oq somos, como sentimos, com ou sem o “rótulo” vamos continuar sendo demissexuais

  16. Uma pessoa demissexual pode ser lésbica ou bi gostando tanto de mulheres e homens ?

  17. Uma pessoa demissexual pode ser sim demi e gay, Demi e bi Demi e lésbica e etc. Até porque a demissexualidade é um guarda-chuva

  18. Acho que a autora apresentou um outro lado. Talvez a nossa geração esteja objetificando demais o outro. Por isso, toda essa questão do uso de apps e transar logo no primeiro encontro “porque se não for bom, não tem uma segunda vez” esteja incomodando a muitos. Talvez nem todos que a princípio se vejam como demissexuais seriam demissexuais. Acho que ela tenha sido, em alguns pontos superficial, mas também vejo que há uma maior necessidade de se definir o que é demissexualidade, porque ainda causa muita confusão.

  19. Esse texto resumiu um pouco o que estava pensando. Me falaram que eu era demissexual, simplesmente por mal conseguir me relacionar sexualmente com quem não tenho conexão. Acredito que o termo ajuda para que pessoas que se identifiquem possam se sentir menos deslocadas ou incompreendidas. Mas a questão não é que o termo faça parecer algo anormal, mas que sim, rotular uma característica natural da subjetividade do ser humano pode ser preocupante.

  20. É por causa dessas coisas q demorei a me descobrir, demissexualidade vai muito alem de ser rigida com quem escolhemos. É não conseguir nem mesmo beijar alguem sem que haja um vinculo afetivo, uma atração. Ah é só beijo… então quando nos obrigamos a isso podemos sentir até repulsa mesmo q seja a pessoa mais maravilhosa do mundo. Tbm vale ressaltar q existe diferença de atração romantica e sexual. Pesquisem em fontes da comunidade pq esse texto está completamente deturpado.

  21. Vocês não tem noção da invalidação e banalização que vocês dão às assexualidade e seus diversos espectros com textos como esse. Vocês usaram dos termos, que claramente não entenderam o conceito, para denunciar problemas de indústria pornográfica e uso deliberado de aplicativos de “relacionamento”, além da questão da normalização de se envolver com estranhos. Qualquer sexólogo decente diz que a sexualidade é fluída, e hoje em dia damos nomes a coisas que antes não davam. Isso incomoda? Que pena, porque eu SOU demissexual vocês achando isso válido ou não. E sabe por quê? Eu tenho ZERO atração ao ver uma pessoa, mesmo sabendo o nome dela. Eu posso ficar de meses a anos conhecendo alguem e diversas conexões afetivas e emocionais não vão me fazer, sequer, olhar pra aparência de pessoa e achar ela minimamente atraente. Isso é assexualidade, já ouviu falar? Se você não entende por nunca ter passado a experiência, por favor não fale por nós ou como se soubesse como é. Eu senti pouquissimas vezes na vida a conexão afetiva que me faz sentir TAMBÉM atração sexual, experiências que se configuram especificamente na demissexualidade. Enquanto todos na minha bolha achavam que todos devemos estar com alguém ou sente falta de ter alguém, do toque humano e/ou sexual, independente se essas pessoas se envolvem com estranhos ou com conhecidos ou com amigos até, eu sempre senti zero falta disso. ZERO. Não sabe como é, sabe? Ou não teria feito um texto desses. Eu só “senti falta” quando senti real vontade de estar com uma pessoa específica. Apenas quando estou apaixonada ou próxima de sentir algo assim. Fora esses raros momentos, eu não tenho qualquer vontade. E isso é demissexualidade, uma experiência demissexual dentro do espectro. Eu AINDA sou uma pessoa normal por isso. E sou demissexual, independente do que pessoas como você acha. Não é simplesmente não querer se envolver com estranhos. É isso.

  22. A pessoa que escreveu esse texto não tem a mínima noção ou realmente não entendeu oque é a demissexualidade e a experiência demissexual. Conteúdo completamente destituído de compreensão e entendimento da experiência de pessoas dentro do espectro. Apaga que dá tempo.

    Eu como demissexual claramente vejo que a pessoa não tem noção da diferença da experiência de pessoas demissexuais e pessoas não-assexuais.

  23. exatamente. a moça canadense que escreveu esse texto claramente tem uma percepção rasa do que é a experiência demissexual e a demissexualidade. não é sobre simplesmente ter uma conversa e conectar. fora o recorte cultural que é preciso fazer nesse sentido. acho que no brasil, a gente ouvir as experiências pessoais dos outros e perceber que sim, a nossa experiência sexual tem as suas diferenças que divergem que pessoas não-assexuais (fora do espectro).

  24. exatamente. falou tudo. a moça que escreveu esse texto enm entendeu o que é demissexualidade. provavelmente viu o conceito em algum lugar da internet e saiu escrevendo.

  25. obrigada, Sabrina! justamente. a pessoa que escreveu nem entendeu o conceito ou o que é ser de fato demissexual. ainda bem que nós temos consciência da nossa experiência pessoal para entender que: sim! a demisseuxalidade é uma experiência real. vc vai conhecer uma pessoa e mesmo que vc tenha um simpatia por ela, ou até mesmo se sinta atraído (depende de demissexual para demissexual), e se não houver o vínculo, lá na ora do ato enquanto a pessoa vai tá sentindo alguma cisa você não vai sentir absolutamente NADA! vc só vai tá ali. nós temos nossas subjetividades e especicifidades que nos diferenciam sim das pessoas não-assexuais (fora do espectro) e isso pode ser claramente observado na nossa experiência de vida; em relação aos seus amigos, seus colegas, e das pessoas no geral.

    seguimos. existimos e estamos aqui.

  26. Mas que merda, viu? Demissexual não é isso
    A maioria das pessoas se sente excitada ao ver o corpo de uma pessoa, ainda que não o conheça
    Demissexual, não. É necessário ter uma conexão com a pessoa, não funciona como a maioria das pessoas. Ao publicar um texto desses vocês estão apagando uma sexualidade, que não possui quase nenhuma representatividade. Agora que elus estão finalmente conseguindo um mínimo de visibilidade, vocês estão anulando
    Vocês, provalvelmente, são mulheres privilegiadas, heteros-cis, allos e perissexuais. Não sabem o que é não ter representativade e se sentir deslocade perante a sociedade
    Isso é lamentavel, principalmente para uma página de esquerda

  27. caralho, eu já li muita merda na vida, mas com certeza essa conseguiu superar, parabéns. Com todo respeito, quem escreveu essa matéria não sabe absolutamente nada sobre demissexualismo, leu de um jeito completamente raso e superficial sobre. UM DEMISSEXUAL NÃO SENTE TESÃO EM OUTRA PESSOA SEM TER UM LAÇO AFETIVO ANTES. pode ser a pessoa “MAIS LINDA DO MUNDO” NOS OLHOS DOS OUTROS, MAS SE NÃO TIVERMOS VÍNCULOS, NÃO IREMOS SENTIR NADA. não eh superficial, ou apenas uma desculpa pra não ficar com alguém, NÓS EXISTIMOS, respeite a sexualidade do outro, obrigado. 💜🖤🤍

  28. Desde quando uma necessidade ,ou ligação afetiva esteve dissociada do ato sexual,tenho 64 anos e nunca separei estas duas condições,embora admita como (quase) todo mundo uma necessidade estética,um atrativo físico inicialmente; mas; se o atrativo emocional (quase uma química),não acontecer antes,durante e depois,do ato sexual.Sem querer abusar do romantismo,ou ideologia platonica,o amor físico juntamente se pssível ao aor espiritual,é um exercício constante na vida.

  29. eu fui lendo essa merda e logo no início já me deu um ódio, to me descobrindo demissexual agora aos 45 do segundo tempo e torci pra ter comentário pra poder falar mal dessa bosta q eu acabei de ler, que bom que não fui a única a me sentir indignada

  30. Ora, a MAIORIA das pessoas que eu cobheço fica agarrando em baladas com gente que acabou de conhecer, às vezes nem o nome sabe, sente atração sexual facilmente e tudo mais… Do nada vocês viraram puritanos? Demissexualidade existe SIM, e vocês estão fingindo que não porque têm preconceito.

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