A seita do gênero assumiu o controle da nossa língua e, por consequência, controla a nossa cultura. Está na hora de parar de se render e retomar nosso idioma.
Vamos falar de substantivos, adjetivos e “gênero”. Mas primeiro, vamos falar sobre ursos.
Ursos polares são ursos. Ursos pardos são ursos. Os ursos Panda, após um período de incerteza, revelaram ser ursos.Substantivo: urso. Adjetivo: polar, pardo, panda. O modificador nos diz que tipo de urso estamos vendo, mas fundamentalmente, são todos membros da família Ursidae, com mais semelhanças do que diferenças. O substantivo tem a prioridade.
Depois há o “urso coala”. Que segue o mesmo padrão linguístico. Substantivo: urso. Adjetivo: coala. O nome implica que um coala é fundamentalmente um urso. Mas coalas não são ursos.
O mesmo se aplica ao panda vermelho (não é um panda), água-viva (não é água), peixe-boi (não são peixes nem bois), sapo-boi (é sapo mas não é boi), cavalos-marinhos (não são cavalos), porquinho da índia (não são porquinhos nem da Índia)
Os exemplos originais eram: água-viva (jellyfish) não é um peixe (fish); amendoim (peanuts) não é uma noz (nut), mas sim um legume; head cheese (cabeça de xara) não é um tipo de queijo (cheese) mas um patê de carne; horned toads (literalmente “sapos chifrudos”) não são sapos (toads), são lagartos; fireflies(libélulas) não são moscas (flies); e até os morangos (strawberries) não são bagas (berries). Em seguida vinha a pergunta: Quantos desses fatos é que o falante medio de inglês sabe? Metade? Menos?
Um termo equivocado é uma coisa poderosa, e a seita de gênero sabe disso. Homens que fingem ser mulheres escolheram o termo “mulher trans” muito cuidadosamente — Não “transexual”, não “trans-mulher”, não “transmulher.” Eles insistem em “mulher trans” O espaço é importante para eles, porque estabelece “trans” e “mulher” como duas palavras separadas. Substantivo: mulher. Adjetivo: trans. Isto permite que eles afirmem que “mulheres trans” são, fundamentalmente, mulheres — que “mulheres trans” são um tipo de mulher, mais parecida do que diferente de outros tipos de mulher, o adjetivo é trivial, apenas um detalhe. Este simples truque linguístico dá aos homens o direito a tudo o que as mulheres já tiveram. Se “mulher” é aceito como o substantivo correto — e o dicionário agora o aceita como tal — então todo processo legal, diretriz política, ou estudo acadêmico que tenta separar esses homens das mulheres está fadado ao fracasso. Os substantivos importam. Ao perder o substantivo “mulher”, já perdemos tudo.
Os adjetivos também importam. Os Generistas atualmente modificam o substantivo “mulher” com o adjetivo “cis” (embora “não-trans” esteja se tornando mais prevalente).
A presença do adjetivo implica que as mulheres “cis” são apenas uma subcategoria de mulheres, existindo ao lado de outras subcategorias de mulheres.
Todo o regime linguístico da seita de gênero é composto por esses nomes aplicados inadequadamente por motivo políticos, ou pelo que Mary Daly chamou de “reversos”. Ela usa o 1984 de Orwell como um exemplo: “O Ministério da Verdade era onde eles inventavam as mentiras, o Ministério do Amor era onde eles torturavam pessoas.” Assim, também ocorre cada vez que a seita do culto de gênero faz uso de um termo, seja este por eles criado ou apropriado. Os homens são “mulheres”. Empurrar as lésbicas para fora dos espaços LGB é “inclusividade”. Ameaçar as mulheres é “feminismo”. Mutilação é “saúde”. Tudo que pudesse evitar gays de tornarem sua homofobia internalizada em uma questão médica para a vida toda é “terapia de conversão trans” Nenhum desses termos representa a realidade. Na verdade, eles fazem o oposto. Eles representam a tentativa da seita de gênero de reescrever a realidade, e convencer o público de que tudo é o oposto do que é.
Por quê, então, pessoas críticas de gênero estão se rendendo à terminologias reversas?
Eu não estou falando das pessoas meio críticas de gênero que apoiam imitadores do sexo oposto comportados. Essa é uma conversa que já estamos tendo em outro lugar. Estou falando das críticas de gênero linha-dura que querem condenar a ideologia nos termos mais fortes possíveis, que estão completamente conectadas com a realidade, que não acreditam em comprometer nossa mensagem para parecerem agradáveis, que não fazem exceções, mas mesmo assim, provavelmente sem perceber, regularmente usam a terminologia reversa.a
Aqui tem um exemplo do que estou dizendo, observe as frases:
“Campanha para reunir outros adultos transicionados” (Joey Brite)
“A maioria das pessoas identificada como trans são pessoas heterossexuais interpretadas equivocadamente como ‘lésbicas’ (para homens hetero que transicionaram para mulheres), gays (para mulheres hetero que transicionaram para homens), ou, no termo mais vago de todos, ‘queer’ “(Donovan Cleckley)
“Isso conduz meninas jovens mais longe no caminho da transição” (Charlie Evans)
“Ser chamado pelo gênero errado pode estragar uma noite por inteiro… Não há nada que eles deixam intocado, nada que se aplique a mulheres biológicas mas não a eles.” (Lara Adams-Miller)
“Frequentemente recebendo a ira de outros ativistas dos direitos trans” (Jennifer Bilek)
Deixo claro que esses trechos são todos de artigos ou fios que eu concordo, escritos por pessoas que eu admiro, que acredito que têm um bom coração. Minha intenção aqui não é os expor, mas mostrar que deslizes ocasionais na terminologia reversa acontece com mesmo a mais cuidadosa de nós. As políticas da seita inundaram nossa língua tão profundamente que se tornou difícil até de falar.
Para a maioria das pessoas críticas de gênero, a rendição à terminologia reversa acontece sempre. As reversões persistem mesmo nos termos que tentamos usar contra a seita do gênero. Pegue, por exemplo, a frase “homem que se identifica como trans” (“trans-identified males” / “TiMs” no original): por que não dizer apenas “homens”? Ou, se precisamos especificar, “homens que fingem ser mulheres” pois “homem que se identifica como trans” (“trans-identified males”/“TiMs”) perpetua implicitamente o mito que há uma diferença fundamental entre “homens” e esse específico grupo de “homens” com um adjetivo como modificador, e caracteriza erroneamente o comportamento deles como uma “identidade” fixa. Chamá-los de “homens que fingem ser mulheres” ou “HFm” (ênfase no Homens que Fingem) iria afirmar que eles são homens, e iria corretamente classificar a fantasia de mulher e o discurso ambíguo como comportamentos. Substantivo: homem. Verbo: fingir (que fingem). Nenhum adjetivo é preciso.
O hábito de críticas de gênero de falarem sobre “mulheres biológicas” ou “nascidas mulheres” é tão linguisticamente problemático quanto. Como a expressão “mulher cis”, esses termos implicam a existência de outros tipos de mulheres. Mas não existem “mulheres não biológicas” ou mulheres “não nascidas mulheres” Mulheres são apenas mulheres. Se um modificador é necessário (ex.: quando falando com um liberal confuso), “mulheres, não homem que fingem ser mulheres” ou “mulheres, cê sabe, pessoas cujos corpos se desenvolvem para produzir óvulos e não esperma” seria o bastante.
Outras reversões se meteram em nossa linguagem também. Nós usamos “transição” quando nós realmente queremos dizer medicalização / cirurgia plástica sexual / se fantasiar do sexo oposto. Nós falamos de “homens transicionados” quando queremos dizer homens que se transformaram em cópias mal-feitas de mulheres. Nós dizemos “feminismo liberal” quando queremos dizer misoginia. Nós dizemos “transição infantil” quando queremos dizer abuso infantil legalizado. Nós chamamos nossos adversários de ativistas dos direitos trans (“Trans Rights Activists” ou “TRA” no original) mesmo sabendo que “trans” não existe, e que eles não estão lutando pelos direitos de ninguém. Nós persistimos em usar o termo não específico e medicalizante “disforia”, como se um único substantivo pudesse englobar múltiplas e variadas experiências de misoginia internalizada, homofobia internalizada, ilusão, vergonha, dismorfia corporal, impulsos de auto-mutilação, hiperfixação, lavagem cerebral, trauma não resolvido, contágio social e desejo de escapar do sexismo.
Considere as seguintes revisões das citações acima:
“campanha para reunir outros adultos que fizeram cirurgia plástica sexual”
“a maioria das pessoas que finge ser do sexo oposto são pessoas heterossexuais sendo interpretadas equivocadamente como lésbicas (para homens heterossexuais que fingem ser mulheres), gays (para mulheres heterossexuais que fingem ser homens), ou, no termo mais vago de todos, ‘queer’.”
“isso conduz meninas jovens mais longe no caminho da auto-mutilação médica”
“Ter seu sexo corretamente identificado pode arruinar uma noite inteira… Não há nada que eles deixam intocado, nada que se aplique a mulheres mas não a eles.”
“Frequentemente recebendo a ira de outros ativistas contra os direitos das mulheres”
O que estou fazendo aqui é remover as reversões, clarificar esses termos, e revertê-los de volta. Isto é o que nós, como críticas de gênero, precisamos fazer com toda a nossa linguagem. Precisamos remover palavras não específicas ou mentiras de fato como “gênero”, “trans”, “transição”, “identidade”, “feminino” e “masculino” do nosso vocabulário coletivo — ou, se precisamos usá-las para descrever o ponto de vista de adversários, elas devem ser colocadas em citações assustadoras (frase para sinalizar que ela está sendo usada em um sentido não-padrão) ou em expressões como “seita de gênero”, ou “a premissa de que ‘trans’ existe.”
“Gênero” em si pode muitas vezes ser substituído por “estereótipo sexual”.”Não-conformidade de gênero” se torna “não-conformidade aos estereótipos de gênero”. “Identidade de gênero” se torna “estereotipagem sexual internalizada.” Há até um argumento para descartar o “crítica de gênero”, não apenas por demonstrar a palavra quase sem sentido “gênero”, mas por causa da conotação positiva que a palavra assumiu: “crítica de gênero” soa para os liberais como a crítica de amor e arco-íris e unicórnios com personalidades roxas. Em vez disso, poderíamos chamar do que é: crítica aos estereótipo sexuais, à misoginia renomeada, à eugenia LGB. Quem poderia argumentar contra o movimento anti-eugenia?
Isto não é intelectualismo impertinente ou auto-indulgente. É apenas estratégia. Nós estamos sendo atacadas em tribunais, em discursos políticos e em projetos de lei no Congresso, em regulamentos desportivos, em dicionários e canais de notícias e nos livros que os professores lêem para as crianças. Contra-atacamos com textos, artigos e tweets, com cartas para senadores, com os cartazes que seguramos nas marchas sapatões. Nestas arenas, a linguagem é a única arma que importa. Quando usamos termos como “identificado como trans”, “nascida mulher” e “transição”, permitimos que a consciência coletiva inimiga enfraqueça nossas espadas.
“Mulheres trans não são mulheres” é uma batalha que está sendo perdida. O substantivo supera o adjetivo. Os liberais confusos ouvem: há um subconjunto de mulheres que eu estou dizendo que não são mulheres. Em vez disso, diga: homens que fingem ser mulheres ainda são homens. Os homens são homens, não importa como se sentem. Homens não são mulheres.
Não é o suficiente estar certo. Temos que ser precisos. O nosso inimigo é uma seita extremamente eficiente, cujo consciente coletivo bem condicionado adota instantaneamente qualquer nova palavra que os seus piores membros criam, qualquer definição que decidam distorcer. Certamente nós, que somos mais lúcidos, podemos fazer melhor. O primeiro passo é padronizar e clarificar a nossa linguagem. Temos de recuperar a capacidade de nos entendermos uns aos outros e de sermos entendidos por outros, não importa o quão malvadas nos façam soar. Nunca seremos capazes de abordar adequadamente a legislação nociva (intrinsecamente baseada na língua) enquanto não fizermos isso.
Recupere a sua espada. Afie sua lâmina. Chame as coisas do que realmente são.
Texto publicado em 27 de Outubro de 2020 por Agatha Trunchbull na Uncommon Ground Media