1. Leis de Identidade de Gênero acabam com proteções específicas para mulheres
Eu já escrevi sobre esse assunto antes, mas vou trazê-lo de volta à tona, rapidamente. Se não se consegue distinguir legalmente o que são mulheres, não se pode protegê-las. Para proteger mulheres com bases legais é necessário que identifiquemos primeiramente que mulheres são diferentes de homens, e é o que leis como a Title 9 e a ERA (que nunca passaram) são baseadas: em proteções baseadas nas diferenças sexuais. Vamos então por essa lei de Identidade de Gênero em prática: qualquer time esportivo, posição de liderança, ou oportunidade para mulheres pode ser preenchida inteiramente por pessoas do sexo masculino que se identificam como mulher, e mulheres não terão meios legais de questionar discriminações baseadas nas diferenças sexuais. Nenhuma discriminação poderá ser considerada. E essas são justamente as pautas e direitos que mulheres vêm lutando por décadas.
2. A ideologia do Transativismo nega a existência de mulheres
Transativistas, no propósito de apoiarem sua ideologia, chegaram ao cúmulo de tentar convencer o mundo que não existe algo como homem e mulher ou macho e fêmea. Isso se materializa em alguns argumentos diferentes.
1 — sexo biológico é uma construção social
2 — pênis é feminino
3 — pessoas intersexo provam que dimorfismo sexual não é real.
Tudo isso nos leva a mesma conclusão: mulheres ou fêmeas não são pessoas reais, ser mulher é um sentimento ou identidade que qualquer um pode ter ou adotar.
3. A doutrina de gênero não te permite acreditar na existência da homo, bi ou heterossexualidade
Homossexualidade significa atração pelo mesmo sexo. Atualmente, você não pode se identificar como homossexual se você é chamado de transfóbico por apontar o sexo de alguém. Se você acredita que homens que se identificam como mulheres podem se tornar mulheres ou já são mulheres, de alguma forma, não tem jeito de você entender o conceito de orientação sexual. Na realidade, não é possível que um homem possa se identificar com a homossexualidade feminina (translésbica). Uma lésbica é uma mulher cuja orientação sexual é direcionada a outras mulheres, e mulheres trans são homens. Para mais explicações sobre esse assunto, assista esse vídeo:
4. Defensores da Ideologia de Gênero estão medicalizando e esterilizando crianças que não se adequam aos padrões de gênero
Adultos estão colocando crianças que não aderem aos padrões sexistas de comportamento em terapia de gênero e interferindo em seu crescimento por meio de bloqueadores de puberdade. Existem várias histórias na internet sobre crianças que não se conformam com a noção machista de que só garotos gostam de carrinho e só garotas gostam de vestidos e bonecas. Adultos estão sendo instruídos a dizer a seus filhos que esses comportamentos os tornam “transgêneros” ao invés de garotos e garotas normais e não conformistas, e por conta disso iniciam tratamentos desnecessários nas crianças que resultam em esterilização.
A Fundação Purple Rainbow para crianças Trans afirma explicitamente esse argumento quando nos conta sobre celebridades teens e trans como Jazz Jennings:
“O quarto de Jazz é cheio de coisas que qualquer um consideraria tipicamente de garotas: vestidos no armário, lençóis roxos e rosas, uma cama lotada de bichinhos de pelúcia. Ela também coleciona sereias. Muitas e muitas sereias.”
Essa transição cirúrgica leva a uma vida de intervenções médicas e um espectro de novos sintomas. Isso em uma época em que notamos o diagnóstico de disforia de gênero disparando em números médicos. Clínicas reportam um aumento de 28% nos diagnósticos nos últimos oito anos. Isso foi noticiado por várias fontes diferentes.
Uma mulher chegou a processar uma clínica porque seu filho recebeu tratamento para disforia de gênero sem seu consentimento. “Medicamentos” como Lupron causam sérios danos para o desenvolvimento do corpo e já foram receitados para crianças abaixo de 6 anos de idade.
5. Cirurgia plástica não é um direito humano, é perigoso e não cura problemas mentais
Existem muitos relatos tristes sobre arrependimentos de cirurgias de Redesignação Sexual, e blogs como o GenderTrender e o Truth-About-Transition são os poucos que fazem menção a esse acontecimento. Existem mulheres e homens que destransicionaram e são vozes que nunca ouvimos na mídia convencional. E ainda assim, projetos de leis pipocam por todos os lados querendo codificar e reafirmar essa ideologia incoerente em lei. Na província canadense de Ontário, pais que não aderem a ideologia de gênero podem perder a guarda dos filhos. Transativistas, em contrapartida, argumentam que esse tratamento caro e perigoso deve ser considerado um direito humano e que pessoas trans são oprimidas caso elas não consigam transicionar para sua identidade de gênero escolhida. Em lugares como Massachusetts, mutilação médica e a transição de gênero deve ser assegurado nos planos de saúde privados pelo que a GLAD chama de “transição de gênero médica necessária”.
6. Feministas estão sendo forçadas a priorizarem questões de pessoas transgêneros e a ignorar suas próprias questões
O principal argumento por trás do debate mundial sobre a divisão sexual dos banheiros é que mulheres trans se sentem ameaçadas ao compartilhar banheiros com homens, porque isso as colocaria em risco. Feministas estão sendo coagidas a aceitarem esse argumento como uma preocupação primária e quando elas expressam o medo da violência masculina em espaços exclusivos por conta das leis de identidade de gênero, elas são chamadas de transfóbicas e transmisóginas. Essa é uma relativização estilo dois pesos, duas medidas, e cria uma hierarquia que prioriza mulheres trans. Mulheres da Carolina do Norte podem descansar em paz, eu imagino, sabendo que um dos homens que impulsionou a “lei dos banheiros” no estado foi acusado e culpado de assédio sexual. Não é a primeira vez que um culpado de assédio lutou pela abertura dos banheiros femininos, ou usou o movimento para praticar seu atos ilícitos. Eu tenho, na verdade, uma longa lista de casos como esse no meu arquivo pessoal, mais do que eu gostaria.
7. Nenhum homem é oprimido quando uma mulher não quer dormir com ele (teto de algodão)
O “teto de algodão” é uma teoria criada pelo transativismo que diz que homens que se identificam como mulheres e são rejeitados por lésbicas estão sendo oprimidos por elas. O “algodão” se refere a calcinha das lésbicas e o “teto” à barreira imposta por elas que esses homens não conseguem penetrar. Porque devemos aceitar que “mulheres trans são mulheres”, nós também devemos aceitar que elas podem ser lésbicas. Quando lésbicas afirmam que elas não se sentem atraídas por pessoas com pênis (homens), transativistas dizem que ao rejeitar translésbicas como lésbicas, elas estão discriminando as transexuais.
8. Chamar lésbicas de “fetichistas de vagina” é inaceitável
Transativistas chegaram ao ponto de dizer que pessoas que se atraem por apenas um sexo (anteriormente chamados de homo ou heterossexuais) de fetichistas genitais. Mulheres trans e transativistas estão assediando lésbicas que não as aceitam como parceiras sexuais. Não vou postar o nome das lésbicas reconhecidas que foram atacadas e que perderam espaço de fala por não se submeterem a esses abusos.
9. Nascer mulher não é um privilégio
“Privilégio Cis” é uma forma de reverter o raciocínio e convencer mulheres de que elas têm privilégio por nascerem mulheres (o que contradiz tudo que sabemos sobre misógina). Essa lista de 130 “privilégios” que mulheres “cis” possuem, inclui desde uniforme feminino (mesmo que mulheres tenham tido que lutar para usar calças) até o processo de aprendizagem na escola pela perspectiva “cis”. Tudo sobre essa ideologia nos força a ignorar a opressão baseada no sexo (misoginia) e o fato de mulheres não aprenderem sobre a história feminina ou sobre história em uma perspectiva feminina, e que a vida social, política e acadêmica é dominada pelos homens.
10. Mulheres estão sendo alvo de ameaças, bullying, estão perdendo seus empregos, sendo assediadas e atacadas quando não acreditam nessa ideologia
Existem websites e blogsdedicados a esse assunto. O The Fifth Column publicou um trabalho sobre a retórica violenta de transativistas, assim como a censura do debate feminista e da literaturaespecializada no assunto. Existe um masterpost compilando os ataques e censuras. Eu poderia entrar em detalhes no abuso sofrido por aqueles que rejeitam a doutrina de gênero, mas acho que você deve ver com os próprios olhos. A atmosfera geral é muito hostil para mulheres e a violência contra elas é justificada por essa ideologia.
11. A ideologia de gênero torna impossível para as mulheres identificar seu opressor ou sua opressão
Transativistas estão dizendo para as mulheres que falar sobre sua biologia ou conectar a realidade de seus corpos com o feminismo é discriminatório e opressivo com pessoas trans. Além disso, a ideologia de gênero nos diz que qualquer um pode se identificar ou não com uma classe de pessoas. Se tudo que um homem tem que fazer é se “identificar como mulher” ou se chamar de “não-binário” para se distanciar da classe que eles de fato pertencem, então não há como entender a misoginia. Seria o mesmo que dizer que pessoas brancas podem não se identificar com a branquitude, ou que ricos podem não se identificar com a riqueza. Nenhuma análise de raça seria possível se disséssemos que pessoas “trans negras” são negras, e falar o contrário seria “transracismo”. Se nos tiram a capacidade de identificar e nomear as diferenças entre homens e mulheres, não podemos mais entender a misogina.
12. A ideologia é incoerente, anti-feminista e anti-realidade
Esse movimento é centrado nos princípios básicos do pós-modernismo e no ativismo masculinista: mulheres são assediadas caso não se relacionem com homens, mulheres não devem ter suas proteções específicas, qualquer homem pode acessar espaços exclusivos das mulheres e exigir que elas adotem esse sistema de crenças, não há nenhuma realidade objetiva (como mulheres trans poderiam ser de fato iguais as mulheres? o que significa esse trans? transcionando de onde e pra onde?) e o significado das palavras deixa de valer, o medo das mulheres da violência masculina é considerado como algo fabricado e a biologia se torna opressiva. A doutrina de gênero apenas não faz sentido.
Mas no fim das contas, não leve o que eu digo em consideração. Vá perguntar aos seus amigos transativistas e feministas liberais algumas dessas questões e veja o que eles tem a dizer.
Tradução do texto de Charlie Rae para o The Fifth Column News