Tendo em vista a campanha #8MREVOGALAP , lançada pela Sangra Coletiva e que está mobilizando dezenas de coletivas feministas, lésbicas e maternas pelo Brasil, nós perguntamos para nossas seguidoras, via stories no Instagram da QG Feminista (instagram/@qgfeminista), se elas 1) já tinham ouvido falar da Lei de Alienação Parental (LAP); 2) já tinham ouvido falar da Síndrome de Alienação Parental; 3) por onde elas entraram em contato com esse conhecimento; e 4) se conheciam alguém que já havia sido acusada de alienação parental.
A intenção é dar voz a essas mulheres e mostrar que tudo o que falamos em textos e em posts e em stories e em cartazes não é abstrato; é muito concreto. Mães efetivamente são ameaçadas e/ou processadas; e crianças são efetivamente retiradas de suas mães — no melhor dos casos, para serem colocadas sob guarda de pais negligentes; no pior dos casos, de homens pedófilos.
Você pode ler sobre a Lei de Alienação Parental aqui; sobre a Síndrome de Alienação Parental aqui. Entenda o foco da campanha da Coletiva Sangra aqui. Para saber mais, acompanhe a hashtag no instagram #8MREVOGALAP.
Você conhece pessoalmente alguma mulher que já foi acusada de alienação parental? (incluindo você mesma)
Resumo: Os relatos se dividem entre processos judiciais de fato e ameaças de processos. Pela análise desses relatos, vemos que o instituto da “alienação parental” é bastante utilizado em retaliação a pedidos de pensão; a pedidos de divórcio; a denúncias paralelas de violência doméstica; e, como feministas e mães já dizem desde o surgimento da lei, em retaliação a denúncias de violência sexual contra a criança. Também aparece a narrativa de crianças que, por conta própria, não querem mais ver o pai — seja porque percebem se tratar de uma pessoa violenta, seja por simplesmente não gostarem de estar na presença dele; seja por identificarem e reprovarem o comportamento dele para com a mãe; e isso é colocado como “manipulação” da mãe, e não como consciência da própria criança.
As ameaças de alienação parental também são bastante relevantes, porque servem para manter mulheres na linha. Seja por desconhecimento da lei, seja por não dispor de dinheiro pra gastar com advocacia especializada, seja por exaustão emocional, mulheres por vezes acabam cedendo às pressões e ameaças de homens para obter o que querem — a retirada de uma denúncia de agressão, que a mãe pare de pedir a correção da pensão, ou qualquer coisa do tipo.
O fenômeno de “alienação parental” enquanto “impedimento de contato com o outro genitor”, “falar mal do outro genitor” e afins, sem que tenha havido abuso sexual, violência ou nada do tipo efetivamente acontece, de fato no cenário de divórcios: crianças são usadas como “peões” numa briga que é, na verdade, entre o pai e a mãe. Não negamos que isso acontece.
Só que: 1) o conceito de alienação parental em sua origem não é sobre isso (leia o link lá em cima sobre “síndrome de alienação parental”); e 2) a lei de alienação parental, na prática, não é utilizada só pra esses casos e prejudica desproporcionalmente mulheres.
Na prática, trata-se de uma lei de imposição e reafirmação do poder patriarcal (político-sexual) de pais — o pátrio poder — , em detrimento do bem-estar e da segurança de mulheres e meninas.
Fiquem com as palavras das próprias afetadas.
Alguns podem conter relatos de violência física e sexual. Leia com cautela.
[fizemos apenas correções gramaticais e ortográficas, de erros de digitação, para clareza]
“Minha mãe. Acabou o casamento com meu pai. Ele a acusou de um monte de absurdo. Até de abandono. Minha mãe passou quase um ano vendo minha irmã mais nova, na época com 10 anos, a cada 21 dias.” (Juliana)
“Minha cliente (sou advogada) impediu o genitor de ver o filho dela pq ela tinha medo de ele se vingar dela através da criança. Eles estavam separados por causa de violência doméstica. Ele nunca a perdoou por ter chamado a polícia no dia q ele a agrediu. A tese não vingou, ainda bem. Mas não é nada fácil afastar uma acusação dessa, viu? Muito difícil um resultado assim, mesmo com um temor bem fundamentado de uma possível vingança através da criança. Demos “sorte” pela empatia da juízA (sim, faz TODA a diferença se for juízA). (…) [Acredito que] De 80 a 90% dos casos os medos são reais, são fundamentos mto plausíveis para o afastamento do genitor. (…) Sinceramente, não acho q [essa lei] sirva pra alguma coisa hoje. Ela foi criado com uma “boa intenção”, mas não leva em conta a realidade das mulheres e não leva, de jeito nenhum, em conta o melhor interesse da criança (que é o objetivo primordial). Como a maioria dos dispositivos, acaba agredindo direito de mulheres e crianças pobres e mantendo a situação boa de homens ricos. Nada de novo sob o sol no mundo jurídico.” (Isabella, advogada)
“a mulher acusada foi cliente do núcleo maria da penha (projeto de extensão da UEL, onde eu estudo direito) — na época eu era a estagiária responsável pelo processo dela, no qual ela era ré em uma ação de oferta de pensão alimentícia do pai da filha dela. tudo era muito bem armado pq a cliente tinha fugido da casa do cara após inúmeros episódios de violência, com o dinheiro que tinha ela comprou uma passagem de ônibus pra cidade mais distante possível (que calhou de ser londrina), conseguiu uma medida protetiva contra o cara e passou a morar de favor nos fundos de uma igreja daqui. daí o ex entrou com o processo alegando que queria formalizar o pagamento de pensão alimentícia pra filha rs mas na verdade ele queria descobrir onde a nossa cliente tava vivendo, então a gente qualificou ela no processo com endereço sigiloso. e a resposta dele pra isso foi a acusação de alienação parental. felizmente, nesse caso (único no qual eu atuei diretamente), houve vitória em cima da acusação do cara — conseguimos manter o endereço sigiloso, conseguimos estender a medida protetiva pra criança tbm, conseguimos a suspensão das visitas do pai e conseguimos, tbm, a pensão.” (Malu, estudante)
“Uma amiga. Foi acusada pq o pai da cria não dava nenhuma assistência e de vez em quando queria ver a cria, mas quando a cria criou consciência e não queria ver o pai, o pai foi na justiça alegar alienação. Só q o cara ao msm tempo é tão “foda-se” q largou o processo ao meio.” (Hevellin)
“Eu não fui acusada formalmente porque não existe base pra isso. Nós separamos por agressão da parte dele e ele perdeu todos os processos na justiça. Mas ele vive me ameaçando com isso. Sendo que sempre que [minha filha] vai pra casa dele, [ela] volta chorando dizendo que não quer mais ir porque ele ou a avó ficam falando que eu vou morrer, que eu abandono ela lá, que ela não me ama. É horrível o que eles fazem e só não conseguem estragar nosso vínculo porque é realmente muito forte e baseado em muita conversa e amor. Fazem tudo por ciúmes e pra me atingir. Como é muito difícil provar eu morro de medo de tentar acusar e ele rever as coisas. Tenho uma conhecida pelo meu advogado que denunciou abusos físicos sofridos pelos filhos e o homem disse que ela inventava pra separar ele dos meninos. Mesmo os meninos de 12 anos falando que o pai batia e tudo mais, a acusação de alienação virou pra mãe e ela perdeu a guarda. Essa lei deixa tanto as mães quanto as crianças a mercê de homens covardes e criminosos.” (mãe, preferiu manter o anonimato)
“Uma das minhas amigas mais próximas. O ex namorado terminou com ela qnd o menino estava com 1 mês de vida, foi embora, aí ficou visitando por um tempo e depois parou de ir, até que do nada fez um boletim de ocorrência acusando ela de alienação parental, para reforçar o pedido da guarda da criança (que na época estava com menos de 6 meses ainda), mas a juíza não concedeu, felizmente! Antes disso acontecer ele sempre discutia com ela nas visitas, pq ele queria levar o menino para a casa dele, só que eles moram em cidades vizinha e seria mt longe p levar um bebê tão pequena e sem a mãe, daí qualquer coisa que ela falasse e ele não gostasse ele dizia que iria falar com a advogada dele. Aí a avó da criança falou que ele estava fazendo uma pressão psicológica, aí ele parou de ir ver o menino, fez o b.o, foi no conselho tutelar, etc. Felizmente [não vingou]! Mas até hj rola um sufoco, ela emagreceu demais com isso tudo, abalou mto o psicológico. E tbm por causa da maternidade precisou trancar algumas matérias da faculdade p/ cuidar da criança, enquanto o pai que fazia todo esse circo estava sendo aprovado no doutorado. É tenso”. (Preferiu manter o anonimato)
“Meu pai já acusou minha mãe. Eles são separados desde que eu nasci e eu tinha mais ou menos 12 anos quando isso aconteceu, viajei pra passar 1 mês e meio com ele mas quis voltar após uma semana porque odiei conhecer quem era meu pai. Felizmente não foi um contexto de abuso ou violência, era só um pai ausente, distante e uma pessoa que não tava nem aí pra mim. Minha mãe falava que ele era irresponsável, imaturo e pra eu tomar cuidado pra não criar muitas expectativas, só isso, e quando quis ir embora, ele acusou ela de me alienar e estar sendo manipulada quando na verdade era só eu descobrindo a verdade. Felizmente não foi pra frente, ele não tinha grana pra processar e ninguém comprou a história.” (Preferiu manter o anonimato)
“Paciente em Psicologia, foi ameaçada com a LAP após denunciar abuso sexual do genitor com o filho de 4 anos.Mesmo com a denúncia a justiça a obriga a conceder visitas periódicas supervisionadas que desestabilizam a criança. Essa paciente apareceu para mim no estágio, num momento em que eu tinha acabado de conhecer o trabalho da Natacha da @brasilcontrasap e este perfil entre outros. Agradeço muito, pq assim pude dar todo apoio e validar a fala e a dor dela sem levantar dúvidas e julgamentos.” (Psicóloga, preferiu manter o anonimato)
“Ela tem medida protetiva contra o pai da criança por causa de agressões e ele processou por alienação parental.O juiz não acatou porque entendeu que estavam brigando pela guarda da criança.” (Isabela)
“Judicialmente não foi para a frente porque o ex é um babaca. Ele é um lixo, faz gaslighting, não aceita o término, culpa o feminismo pelo fim do casamento. Descumpre os horários que deve pegar e devolver os filhos, não paga pensão e daí quando as crianças não querem falar com ele por telefone, ou quando a mãe decide realizar planos com os filhos ao invés de esperar a majestade aparecer pra buscá-los, ele a acusa de alienação.”(preferiu manter o anonimato)
“Até onde sei, ele dizia que ela não deixava ele ver a filha, porém ela deixava e a menina não queria muito tinha um pouco de medo, porque ela viu ele batendo na mãe, e foi por isso o fim da relação. Não vingou. Mas não sei mais.” (Preferiu manter o anonimato)
“A criança não queria ir pra casa do pai e ele entrou com processo falando que a mãe que não deixava.” (Preferiu manter o anonimato)
“Porque eu disse que o ex que não pagava pensão não merecia ver os filhos.” (Mãe, preferiu manter o anonimato)
“Minha mãe já foi acusada várias vezes disso pelo meu pai. Ele mentia, escondia coisas, vivia uma vida dupla mas gostava de se mostrar como um paizão legal, bem aquele tipinho que só serve pra diversão. Enquanto a maioria das coisas que realmente importavam pra mim sobrevivência apenas minha mãe fazia. Ela tentava explicar isso pra mim, e ele a chamava de alienadora, falando que estava tentando me virar contra ele, me fazer odiá-lo e todas essas coisas. Quando ela apenas queria dizer a verdade sobre tudo o que ele fazia pelas nossas costas.” (Sobrevivente, preferiu manter o anonimato)
“Oi, eu já vi! É um caso não muito grave , porém estranho! Meu cunhado é advogado e acusou a ex esposa. Na época eu não os conhecia, ela fugiu com a menina por alguns meses e depois que voltou tem várias restrições, tenho uma filha da mesma idade dela e nem ela pode manter contato quando a menina não está com o pai, não pode ter vinculo nem em rede social, nem avós, tios, ninguém. Ele não tinha acesso a informações da escola, conseguiu nesse processo. Mas foi apenas uma vingança. Muito problemático porque ele ganhou a causa porém ele não fez nada depois disso, não passou a ver mais a menina. Pra mim foi só uma vingança moral. Pq ele é o pai do FDS a cada 15 dias que paga a pensão em dia, apenas, então eu não vi finalidade no processo que não fosse humilhar a mãe.” (Preferiu manter o anonimato)
“Meu pai, que por anos assisti sendo abusivo com a minha mãe, comigo e com a minha irmã caçula, depois do divórcio deles, quando comecei a explicar a ele, quando ele entrava em contato, com todas as letras porque eu não queria ele por perto e porque ele deveria respeitar o espaço da gente (“lembrando” ele todas as agressões), disse que minha mãe tinha “feito a minha cabeça”, que isso era alienação. Claramente ele tentado se desculpabilizar pelas coisas que fez.” (Sobrevivente, preferiu manter o anonimato)
“Qdo me separei fui morar em outra cidade para ter alguma autonomia, fazer faculdade, e sobreviver, já que meu ex era bem mais velho e controlador. Ele me chantageava dizendo q estava fazendo fazendo “alienação parental” com ele. Mas no fim ele nunca me processou, apenas usou como pressão psicológica. (Meu filho tinha 3 anos na época).” (Mãe, preferiu manter o anonimato)
“Minha mãe pediu divórcio do meu pai quando ele a impediu de voltar a estudar, quando tinha 36 anos. No divórcio ele alegou que ela estava me influenciando a não falar com ele e a não querer encontrá-lo. Foi pra justiça. Pediu minha guarda e a nossa casa. Foram anos e anos e milhares em dívida com advogados. Quando ele ia me visitar falava que ia matar minha mãe e pegar minha guarda. Era horrível vê-lo e eu sentia muito medo. Criei coragem e disse para minha mãe que não queria mais me encontrar com ele. Ganhamos a causa e uma dívida que nos deixou anos passando perrengue. Nunca mais o vi, isso tem 13 anos.” (Nath)
“Nossa eu fui acusada de alienação parental por ter afastado por conta própria a minha filha do pai dela, eu realmente fiz isso mas porque ele estava muito agressivo e já tinha protagonizado episódios agressivos inclusive com a filha que na época tinha menos que dois anos. O juiz leu só a parte dele e fez a sentença dizendo que se eu não deixasse ele ver a filha o próprio juiz iria me acusar. Eu então entrei com recurso e disse que já havia protocolado um processo contra o meu ex há muito tempo, desde quando aconteceu os episódios de violência, mas a justiça perdeu meu processo e por isso o dele chegou mais rápido… E só depois de muita luta e insistência para que lessem o processo contando a minha versão inclusive com provas é que reverti a situação, mas lembrando sempre que se eu não tivesse acesso a advogada e apoio familiar o desfecho poderia ser mais catastrófico.” (Mãe, preferiu manter o anonimato)
“A mulher foi acusada porque queria proteger a filha, o pai as abandonou e inventou que a ex era homofóbica porque ele em seguida casou com um homem. A tese não vingou, mas as duas são muito pressionadas pela família a aceitá-lo na vida delas.” (Luiza)
“Minha mãe não chegou a ser acusada, mas sempre temeu afastar meu irmão do pai dele. Por vezes, chorava ao deixá-lo ir porque o traste a ameaçava dizendo que “era capaz de fazer alguma besteira” com meu irmão. Bebia muito… Ficava violento. E, mesmo assim, minha mãe permitia que meu irmão fosse com ele. Por medo de ser acusada de afastá-los.” (Camilla)
“ela não foi acusada judicialmente, mas o ex marido (meu tio) ficava ameaçando ela de ir para a justiça por conta disso. Com o tempo ele apenas parou de incomodar ela, mas continua falando mal dela para os outros dizendo que ela faz alienação parental.” (Jéssica)
“Pai buscava a criança a cada 20 dias e deixava na casa da avó paterna, que só dava exemplo merda. Mãe interviu e o pai veio com essa. O processo nem chegou a acontecer de fato pq nem a pensão inteira ele pagava… Quando eu li sobre alienação parental pela primeira vez eu achei muito acertado. Aos poucos fui vendo como os processos com os quais eu tinha contato eram RIDÍCULOS.” (Preferiu manter o anonimato)
“O ex gringo francês da minha namorada está a ameaçando de usar essa lei pra ter a guarda da filha dos dois, sendo que ele é um completo lunático (pra vcs terem uma ideia: antivacina) irresponsável, enquanto ela sempre cuidou da filha sozinha! (o boy começou a pagar pensão há poucos meses — a criança já tem quase 7 anos)” (Preferiu manter o anonimato)
“Desde o casamento ela sofria abusos de toda natureza por parte do marido. Contudo, quando ela decidiu se separar e saiu de casa com os filhos e foi pra casa da mãe, ele não aceitou e tentou ameaçá-la pra voltar e ela não cedeu. A partir daí, ele que nunca ligou para as crianças (nem emocionalmente e nem financeiramente) requereu o direito de visita na justiça alegando que ela o impedia de ver as crianças, sendo que ele que nunca quis ir ver. O pior? O Ministério Público em sua primeira manifestação pareceu concordar com ele, ou seja, mais uma vez a palavra da mulher em cheque. A tese ainda está sendo discutida na justiça.” (Preferiu manter o anonimato)
“Simplesmente porque ela cansou de esconder as cagadas do pai, que se fingia de bom moço, e que deu o maior trabalho durante o processo de separação. Dificultava a vida da ex o máximo que podia, não cumpria os combinados. Não buscava as filhas nos dias dele ou, qd buscava, atrasava. Só pra atrasar os meus compromissos, fossem de trabalho ou não. E qd ela resolveu contar pras filhas alguns motivos de terem se separado ele surtou e a acusou de alienação parental. Inclusive a pensão que é de 250 reais para duas filhas e sem nenhum reajuste, já faz seis anos. E qd vai depositar faz questão de dizer as meninas que depositou o dinheiro delas.”(Silvânia)
“No meu caso não foi uma denúncia formal. Ele dizia pra mim mesma (quando eu não queria aguentar ele querendo mandar em mim e na minha filha) que iria me denunciar por alienação. Chegou ao ponto de decorar umas leis do ECA e falar pra mim. Chegou a fazer um “laudo” e deu pro juiz dizendo q eu era deprimida e descontrolada. Felizmente esse papel não teve valor nenhum (mas tive que responder um interrogatório de uma assistente social do fórum). Tinha que aguentar esse infeliz falando mal de mim pra toda faculdade (éramos colegas) e depois suportá-lo dentro da minha casa bem quietinha, me acusando. Conclusão: a minha filha foi diagnosticada com autismo, e por mágica ela “perdeu a graça pra ele”. Quem paga pensão e se importa é a mãe dele. Privilégio da mulher cis que chama né? Ser acusada de alienadora, descontrolada e agora cuidar de uma criança comprometida sozinha.” (Mãe, preferiu manter o anonimato)
“Uma amiga tem um filho mas o pai biológico nunca vê o menino, nunca mesmo, daí ela depois de 6 anos sem saber do pai biológico se mudou para outro bairro. Um “belo dia” um conhecido comentou com o pai biológico que ela não morava mais na mesma casa e ele abriu um processo alegando alienação pq ela se mudou e não comunicou nada a ele, falando ser alienação parental por ela afastar ele do filho! E eu fiquei chocada e com medo pq tenho uma filha e me mudei também a alguns anos e o pai biológico dela não sabe. No caso dela não vingou pq a advogada dela provou que ele não tinha como ser informado pq nem ia na casa dela ver a criança e o processo deu uma reviravolta pq até pensão atrasada ele devia.” (Juliana)
“Meu pai acusava minha mãe de alienação parental a minha infância inteira, mas ele é muito problemático. Tem acusações de importunação sexual, assediava vizinhas do meu condomínio na janela de casa. Fiquei até os meus 8 anos visitando ele no fórum com visitas assistidas, ai depois a “”””justiça””” permitiu que ele me levasse pra ficar sábado na casa dele a cada 15 dias. Nunca conseguiram provar que havia alienação pq ela não existia. Ele nunca se importou comigo, mas o prazer dele era em atormentar a minha mãe, e agora ele está fazendo a mesma coisa com meus irmãos 😞 Hoje ela tem medida protetiva contra ele, pq já foi agredida e tal. Ele também já me agrediu, não tenho mais contato. Mas ele insiste com meus irmãos.”(Sobrevivente, preferiu manter o anonimato)
“Quando meus filhos (tive gêmeos) tinham 5–6 meses de vida fui acusada pelo pai deles. Processo na justiça e o drama todo. Isso foi em 2016–2017. Alegava que eu não permitia contato. Fui mãe solo desde a gestação, ele não participava. Ele não tinha convívio com eles e de repente queria levá-los para passar o dia na casa dos pais dele. Eu argumentei sobre a amamentação, que era bem importante pra mim, eu estava me dedicando a eles 24h por dia. Criei sozinha e crio sozinha até hoje. Na época foi judicializado mesmo, juiz concordou com algumas horas de visita. Mas foi um processo bem feio cheio de mentiras por parte dele. Chegou a adulterar emails, invadiu minhas contas de redes sociais e pegou mensagens, usou minha depressão contra mim. Desvirtuou totalmente minha argumentação pela amamentação. Alegou que eu era desequilibrada etc. Mas na verdade ele tinha sido bem abusivo durante a minha gestação e puerpério e isso não me dava segurança alguma. Fora que ele não passava tempo com eles, não tinha intimidade, não cuidava. Eu fiquei com eles exclusivamente mais de dois anos. Muito feio. Ele insistiu na guarda compartilhada. E depois não cumpriu os acordos do juiz, sumiu e ficou quase um ano sem ver os filhos, sem contato. Eu que fui atrás pra retomar contato, eles nem sabiam quem ele era. Hoje em dia sabem quem é, vêem bem esporadicamente, estão com quase 5 anos, sigo solo… Na época foi bem traumático pra mim, eu chorava muito na frente deles, isso não me fez bem. Também na época eu me culpava, achava que era responsável pela péssima relação que ele tinha com os filhos, pela falta de vínculo. Mas fazia de tudo para facilitar e estreitar a relação. Porém parecia que ele nunca assumia a postura de pai. Foram muitos anos de terapia para entender que isso não é minha responsabilidade.” (Mãe, preferiu manter o anonimato)
“vingancinha do pai da criança pois ela não queria deixar a filha dela, de 2 meses, ir pra casa dele sozinha com ele… ele perdeu a causa e se fodeu. se fodeu pouco, pra ser sincera, merecia mais.” (Preferiu manter o anonimato)
“Meu pai não pagava pensão alimentícia como o combinado, na audiência ele falou que minha mãe não deixava ele ter contato comigo, nem passar feriados e etc. Juiz não deu importância pra acusação dele. Detalhe: hoje já sou casada e ele nunca nem me convidou pra passar uma data comemorativa com ele! “(Bianca)
“Foi acusada só verbalmente, não foi levada a julgamento. Mas no caso, minha mãe. Ela brigava com meu pai porque ele não cumpria com nenhum combinado, não vinha no dia certo, não nos trazia pra casa no dia certo, esquecia datas especiais etc. Aí com isso e com o nosso próprio desgaste, ele parou de vir e a gente parou de procurar e ele fala que é porque minha mãe que não deixava.” (Preferiu manter o anonimato)
“A ex mulher do meu tio (de família paterna), ele sempre foi muito abusivo e violento com ela, TODO MUNDO DA FAMÍLIA sabia mas fechavam os olhos pra isso, eu era criança, ela se separou pq não aguentava o ciúmes doentio, eles tinham uma filha e aí começou as brigas pq ele não aceitava que a menina ficasse com a mãe, aí começou a inventar que a mãe “falava mal dele” meio que influenciando o comportamento da menina, ela teve que sumir com a minha prima por vários meses pra poder ficar com a filha.” (Preferiu manter o anonimato)
“meu pai acusou minha mãe disso, ameaçando processo, mas nunca chegou a entrar. segundo ele, ela fazia a nossa cabeça pra ficar contra ele, quando na verdade a gnt não queria sair com ele pq víamos as coisas baixas que falava pra ela (msm após a separação), mandando e-mails constantemente, e posteriormente para nós, extremamente misógino e lesbofóbico.” (Preferiu manter o anonimato)
“Mainha foi acusada por SIMPLESMENTE não querer abrir mão da pensão e porque meu irmão e eu não queríamos ter visitas do nosso pai muito menos falar com ele no telefone, então ele dizia que mainha fazia nossa cabeça.” (Preferiu manter o anonimato)
“Minha mãe e minha avó foram acusadas pelo meu pai de fazerem isso comigo e com meu irmão mais novo. Inclusive, foi por meio dele que conheci esse termo. Meu pai nunca foi presente e não é até hoje, só piorou após a separação dele e da minha mãe. Conforme fui crescendo e meu irmão também, nos afastamos muito dele por conta própria (ele falava mal da minha mãe pra mim, sempre brigava com a gente, inventava pras pessoas que nos sustenta e que era o melhor pai, mas nada disso era verdade). Ele queria botar principalmente a gente contra minha mãe achando que nos afastamos por causa dela, e isso nunca foi verdade.” (Sobrevivente, preferiu manter o anonimato)
“O paizão (ironia) do meu filho tá me acusando de alienação parental, pois, segundo ele, eu estava obstacularizando a comunicação entre ele e o filho na Pandemia. Comunicação que acontecia via videochamada e meu filho, com 2 anos na época, obviamente, não parava na frente do celular pra ficar trovando fiado e respondendo perguntas como “o que tu fez essa semana?” 🙄🙄🙄🙄🙄 “(Thays)
“O pai da minha filha me acusou de alienação parental pq eu não deixava ele buscar ela a hora que bem entendia(tipo 23 da noite) 🤷” (Ally)
“O pai da criança (meu ex marido) não queria pagar pensão para a filha de um relacionamento anterior. A ex ameaçou não deixar ele fazer as visitas regulamentadas caso ele não pagasse. Ele não tinha interesse nenhum em ver a menina, mas acusou [a mãe] de alienação para ‘amolecer’ o juiz no caso de redução de pensão que ele pleiteava.Não colou. O juiz questionou o fato de que já não via a menina, e que dizer que havia alienação era mais do que exagero da parte dele. Me separei há 2 anos e meio e o processo ainda está correndo, até onde sei.” (Mãe, preferiu manter o anonimato)
“Uma amiga estava em processo de pensão com o pai do filho, e ele além de não pagar, quando pegava o menino não cuidava dele, bebia, dava festas… aí ela disse que o menino não ia mais lá e ele a acusou de alienação parental. Foi bem difícil pq naquele momento dizer isso parecia muito uma ameaça. Eles ainda discutiram bastante, mas no fim ele acabou se “desinteressando” pelo filho e ela achou uma vitória ter ele o mínimo possível na vida dela. “(Preferiu manter o anonimato)
“Mulher sofreu violência doméstica, entrou com processo e se separou. Tinha guarda compartilhada do filho e foi acusado de alienação por ele, o que não foi pra frente, já que ela tinha registrado por email todas as informações sobre consultas, questões de escola e sobre a guarda compartilhada. Ele foi condenado em segunda instância pela violência doméstica. Apenas mais uma forma de violentar a mulher.” (Flávia)
“Eu fui morar com o pai do meu filho quando estava grávida. Basicamente eu e minha família que sustentávamos a nossa casa, ele contribuía com muito pouco. Me separei quando meu filho estava com 1a5m dps de perceber q eu estava num relacionamento abusivo. Nunca houve violência física, mas muita violência psicológica, inclusive ele se trancando no quarto com o meu filho pra me castigar por eu ter saído com amigos…enfim. Desde q me separei ele não viu mais nosso filho. Ele é muito inconstante, some por meses, dps volta dizendo q quer vê-lo, não chega a marcar nada, desaparece de volta, manda msg se despedindo… em muitas dessas msgs ele ameaçou que iria entrar na justiça pq eu estaria fazendo alienação parental, impedindo ele de ver o filho. Mas a real é q ele é doido mesmo e sumiu de volta. Já faz um ano isso. Eu não tenho nenhum processo contra ele porque quero q ele suma mesmo. Estamos muito melhor sem ele.” (Mãe, preferiu manter o anonimato)
“Acusada por não deixar o pai levar a filha bebê (seis meses) para passar final de semana na casa dele sem a companhia da mãe. Não vingou, pois ela ainda amamentava.” (Camila)
“meu pai, que cansou de ser presente na minha vida, acusa minha mãe de alienação parental. eu ouvi da boca dele que não queria mais me ver e que chegaria um momento em que eu não saberia nem se ele está vivo ou morto, mas ele insiste em dizer que foi ela quem me influenciou a me afastar dele.” (Yasmin)
“Um amigo do meu ex acusava a ex dele de alienar o filho contra ele pra “extorquir dinheiro” e “impedir” que ele visse o filho… Mas a real é que esse cara é um cuzão abusivo do caralho … Inclusive tortura psicologicamente a atual namorada.” (Carmem)
“Eu mesma! Me separei, consegui me afastar de um ex marido extremamente abusivo. Ele não é brasileiro mas morávamos no Brasil! Depois de um ano, ele decidiu voltar pra Itália. Hoje, 7 anos depois, ele diz que eu alieno elepelo fato de não permitir que meu filho vá pra Europa simplesmente pelo fato de que, se ele só veio ver o filho duas vezes nesse tempo todo, não tem a menor condição de cuidar de uma criança. Não sabe o que o filho gosta de comer, o que gosta de fazer. Mesmo assim, quando ele vem ao Brasil, permito-lhe pegar a criança quando quer e me entregar quando quer. E normalmente ele pega, passa alguns dias e me entrega doente, vomitando e mais magro. 🤷🏾♀️ “(Mãe, preferiu manter o anonimato)
“Eu já fui ameaçada diversas vezes pelo meu ex. Mas ele nunca chegou a me processar pq, de fato, ele sabe que não é verdade, que a intenção dele era me pôr medo (por um tempo ele conseguiu) mas quando viu que não funcionava, parou. No meu caso, se ele entrasse, acho ele jamais ganharia, pq não tem trabalho fixo, vive como artista de rua “mangueando”, recitando poesia e etc, e nunca pagou pensão. Salvo ano passado que ele ajudou com 100 por três meses.” (Karina)
“O pai das minhas filhas mora em outro estado, e desde que ele prometeu mandar um kit festa (pq não quis me dar o $ para comprar) pra minha filha mais velha que faz aniversario em abril e ele acabou enrolando e enviando só em maio, ela não quis mais conversar com ele pelo celular. Isso aconteceu há alguns anos. agora que acionei ele pelo não pagamento da pensão ele veio falar que eu estava fazendo alienação pq ela não quer falar com ele, ainda falou que vivo em outro mundo por cobrar a pensão durante a pandemia.” (Ariane)