o que é Cotton Ceiling?

No português fica “Teto De Algodão”, essa é uma “teoria” proposta por uma “mulher trans”, atriz pornô e ativista trans.

Dessa forma, vamos recorrer a explicações de blogs “trans” para esse post. A definição mais encontrada para cotton ceiling aparece abaixo:

O Cotton Ceiling é uma teoria proposta pela atriz pornô trans e ativista Drew DeVeaux para explicar as experiências que mulheres trans têm simultaneamente de inclusão social e exclusão sexual dentro da comunidade de mulheres queer. Basicamente significa que mulheres cis queer serão nossas amigas e falarão dia e noite sobre direitos trans e como acabar com a transmisoginia, mas ainda assim não nos considerarão como parceiras sexuais viáveis.

Não basta nossa amizade, cumplicidade, nosso apoio de luta por dignidade, o objetivo-fim da teoria proposta por transativistas é de acesso aos corpos de mulheres lésbicas. “Mulheres trans” não são parceiras sexuais viáveis porque não são mulheres e lésbicas sabem disso, mas, por meio de chantagens emocionais como essa, estamos sendo coagidas a relacionamentos com “mulheres trans”.

Não percebem a cultura do estupro ainda? Ok, vamos a mais um trecho:

O termo teto de algodão é uma referência ao “teto de vidro” que as feministas da segunda onda identificaram na força de trabalho, em que as mulheres só podiam avançar no mercado de trabalho, mas não conseguiam romper as posições de poder e autoridade.
O algodão representa roupa interior, significando sexo.

Para mim, a apropriação de um conceito feminista por pessoas com pênis e que receberam socialização masculina já é suficientemente problemática, mas temos um problema maior: romper a barreira em que o algodão é a calcinha das lésbicas. Essa barreira nada mais é que o consentimento para o sexo, quando alguém rompe a barreira do consentimento, seja usando de força física ou outros métodos, significa estupro. Parece que estão a subestimar completamente a nossa capacidade de raciocínio e entendimento, estão a aproveitar da socialização feminina que nunca questiona, apenas acata.

Uma “mulher trans” coloca em seu blog da seguinte forma:

Dizem que lésbicas cis são mais flexíveis quando passamos pela cirurgia [redesignação sexual], mas tenho medo, acho ruim mutilar um corpo saudável. Eu me identifico pansexual, mas mulheres cis parecem estar sempre no topo, seus corpos são simplesmente mágicos. Eu esperava tirar o máximo de proveito da cultura progressista e tolerância trans de São Francisco. Eu esperava encontrar uma mulher cis-lésbica de mente aberta e disposta a explorar um relacionamento comigo. Eu pensei ‘que lugar melhor do que aqui?’ Até agora, eu tenho ficado muito decepcionada. É o teto de algodão. Ninguém me falou sobre isso… Não havia no manual trans. Lésbicas cisgênero não nos querem

Por que a persistência no relacionamento com lésbicas?
Por que “mulheres trans” não podem namorar “mulheres trans” ? Vocês não percebem nada problemático ou estranho nisso?  Lésbicas são as únicas mulheres no patriarcado que desde sempre não cedem acesso de seus corpos aos homens, mas com a disseminação da ideologia reformista do gênero e o cotton ceiling estamos à beira de uma onda de estupro corretivo, por coerção, e em massa.

Mas talvez isso não seja o bastante para muitas pessoas, continuemos:

Eu tenho uma amiga lésbica, uma vez eu lhe perguntei ‘Como lésbica você acha que poderia abrir seu coração para namorar uma ‘mulher trans’? Ela disse que não poderia responder à pergunta. Perguntei-lhe então por que as lésbicas não gostam de namorar mulheres trans, mais uma vez ela não tinha resposta. Eu cheguei a pensar que ela fosse uma exceção e que nessa área [São Francisco] teria mulheres lésbicas suficientes para sair com mulheres trans. Eu estava errada, aqui praticamente não difere de Michigan, Washingtown, Carolina do Sul ou Pensivâlnia

Lésbicas normalmente têm amizades e laços com a comunidade GLBT, eu própria tenho amizade de longa data com essas pessoas, apelar para o lado emocional de lésbicas que são suas amigas ou mesmo estão envolvidas apenas politicamente é uma das táticas usadas para coagir e intimidar lésbicas a relacionamentos com “mulheres trans”.

Sim, eu apoio a luta por dignidade e segurança da comunidade “trans”, desde que “mulheres trans” não passem por cima dos direitos das mulheres ou tentem violar seus corpos por meio de discursos emocionais como vemos acontecer. Eu, lésbica, não quero um relacionamento sexual/afetivo com uma “mulher trans” e não, eu não quero “desconstruir” e passar a me relacionar com essas pessoas. Isso não faz de mim ou qualquer outra lésbica uma pessoa ruim ou “transfóbica”.
Negar sexo é um direito e, se buscam quebrar esse direito, que é o do consentimento, é estupro ou puro estupro corretivo, quando se trata da comunidade lésbica.

Para finalizar, mais um trecho escrito pela “mulher trans”:

Eu sou uma rebelde. Eu não aceito as coisas simplesmente porque é ‘a forma como elas são.’ Eu vou continuar a busca por minha donzela. O teto de algodão deve ser quebrado! Nós não somos homens pervertidos que procuram estuprar lésbicas e transformá-las em escravas do patriarcado. Nós somos mulheres. Nós somos do sexo feminino. Somos pessoas.

Guardem bem essas palavras, pois isso é o que a reforma de gênero defende: “O teto de algodão deve ser quebrado!

Corpos masculinos não são do sexo feminino, corpos masculinos são corpos masculinos e receberam socialização masculina, portanto, são homens.

Não nos querem escravas do patriarcado?
Lésbicas são mulheres que estão relativamente na autonomia de seus corpos dentro da configuração patriarcal, destruir isso é destruir nossa comunidade e história de resistência.

Então, se não nos querem escravas do patriarcado, não usem nenhum tipo de tática para forçar fisicamente ou psicologicamente o acesso a nossos corpos por parte dos homens, independentemente de terem passado por modificações estéticas e procedimentos cirúrgicos ou não. Lésbicas não são donzelas e lésbicas não querem se relacionar com homens de nenhuma forma.
Bom, como eu já conheço muito da contra-argumentação por parte de transaliados, vou transcrever alguns deles e rebater:

1) Essa é uma “treta” importada.
Esse é um dos “argumentos” mais estranhos pra mim, pois sou lésbica desde que me entendo por gente e antes mesmo de ter contato com feministas radicais ou conhecimento do que acontecia nos EUA, por exemplo, eu já sofria sozinha, pois queria ajudar “mulheres trans” em suas conquistas, porém não queria me relacionar afetiva ou sexualmente com essas pessoas, mas eu não falava sobre isso ou ridicularizava nenhuma “mulher trans”. De repente, passei a escutar e ler discursos “desgenitalizadores” dentro do feminismo e da comunidade lésbica e isso parecia fazer de mim uma pessoa ruim, porque eles diziam “Não há problema não desejar ‘mulheres trans’, mas você deve desconstruir”. Eu não desejo corpos masculinos mesmo que travestidos em estereótipos femininos, eu estava disposta a renunciar o feminismo simplesmente por me sentir indigna da luta das mulheres… vejam a carga de culpa que uma mulher assume diante da ideologia reformista do gênero, em especial mulheres lésbicas.

2) Dizem que ~reduzir~ pessoas à genitália é o mesmo que recusar relacionamento com pessoas negras, por exemplo. Vocês percebem como esse é um argumento racista? Mulheres brancas, negras, amarelas… todas, por mais que suas vidas tenham sido diferentes, têm uma raiz em comum: um corpo e uma socialização decorrente desse corpo. São MULHERES.
Não tem nada a ver essa comparação.

3) A própria ideologia de que homens podem ser mulheres ao se autoidentificarem como tais já coloca lésbicas em situação vulnerável, pois lésbicas não querem machucar mulheres e, por isso, se maltratam intimamente para se forçarem a relacionamentos afetivos/sexuais com homens que se travestem em estereótipos femininos.

Portanto, cotton ceiling/teto de algodão é um conceito que na prática interage com o feminismo ao usar da manipulação e da culpabilização de lésbicas, tendo por objetivo quebrar a barreira do consentimento que sempre foi imposta por lesbianas para impedir o acesso de homens aos seus corpos.


Nota:

Texto original do Feminismo Radical Didático

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