gender

Bem quando parece que algum progresso está sendo feito contra as violações dos direitos duramente conquistados das mulheres, promovidas pela ideologia transgênera — ao menos no Reino Unido e na Espanha — ficamos alarmadas em saber das incursões que essa ideologia está fazendo nas escolas públicas dos Estados Unidos.

Desde o jardim de infância, crianças estão sendo educadas na ideologia de gênero e, às vezes, são incentivadas a escolher uma identidade, antes mesmo de terem idade suficiente para entender do que isso se trata.[i] As escolas, geralmente, não ensinam educação sexual para crianças do ensino fundamental, mas parecem não ter escrúpulos em relação à “educação de gênero”. Não sabemos quão difundida é essa prática, mas as editoras corporativas, sempre prontas para encher seus cofres, oferecem uma variedade de livros para as escolas de ensino fundamental escolherem, como revela uma busca pelo site da Amazon.


Há dois anos saiu um artigo de opinião no Washington Post condenando as diretrizes da Califórnia para o ensino de identidade de gênero para alunos do jardim de infância:

“Faz sentido dizer a crianças que papai pode ser enfermeiro e mamãe pode ser advogada. Mas, por alguma razão, eu duvido que eles vão entender que papai pode cair em qualquer lugar dentro de um espectro, em constante expansão, de identidade de gênero. Nem os pais podem decidir remover seus filhos dessa doutrinação. Embora os pais possam retirar seus filhos das aulas sobre saúde sexual que envolvam discussões sobre órgãos sexuais e suas funções, eles estão proibidos de retirar seus filhos de qualquer discussão sobre identidade de gênero”.

Soubemos, recentemente, que um grupo chamado Biology Matters (biologia importa) usou leis de divulgação pública para obter informações detalhadas das escolas públicas de Seattle a respeito do seu ensino sobre transgeneridade. Biology Matters foi criado por alguns avós que ficaram preocupados com o que está sendo ensinado às crianças nas escolas sob o pretexto de “inclusão”. Eles fizeram um vídeo muito bom sobre os livros usados ​​em Seattle e um vídeo de acompanhamento que aborda a educação sexual e o efeito da ideologia transgênera na atração pelo mesmo sexo, bem como outros tópicos. A seguir, extraí alguns comentários da Biology Matters sobre as coisas mais ultrajantes desses livros, mas encorajamos você a assistir aos vídeos na íntegra. É importante ressaltar que a crítica feita por Biology Matters não vem de uma posição conservadora; é assim que eles expressam seu ponto de vista:

“Nós, os criadores deste vídeo, estamos na extremidade ‘esquerda’ do espectro político. Apoiamos fortemente a educação sexual e os direitos dos homossexuais. Combatemos vigorosamente os estereótipos sexistas e a opressão de gênero. Apoiamos os direitos civis e humanos para todos, incluindo pessoas transidentificadas.”

Biology Matters descobriu que o ensino de afirmação trans começa no jardim de infância. Um livro que pode ser lido para crianças é Introducing Teddy (Apresentando Teddy), de Jessica Walton, publicado pela Bloombury USA Childrens:

“Introducing Teddy apresenta um ursinho de pelúcia chamado Thomas, que diz ao seu amigo humano Erroll: ‘No meu coração, eu sempre soube que sou um ursinho de menina, não um ursinho de menino. Eu gostaria que meu nome fosse Tilly, não Thomas.’. Errol imediatamente começa a chamar o urso de Tilly e a usar o pronome ‘ela’ em vez de ‘ele’. Isso deixa o urso feliz.

O ursinho de pelúcia que, como a maioria dos ursinhos, está pelado, não tem nenhuma característica sexual. Quem poderia se opor a chamá-lo de menina em vez de menino?”

Introducing Teddy também transmite uma mensagem sexista sutil. ‘Eu sempre quis um laço em vez de uma gravata borboleta’, diz Tilly. Os alunos do jardim de infância vão se perguntar por que o ursinho de pelúcia não colocou o laço na cabeça quando era Thomas. A resposta que eles provavelmente vão dar é esta: se você quiser usar um laço no cabelo, você tem que ser uma menina.”


Na primeira e na segunda série, as crianças podem ler A House for Everyone (Uma Casa para Todos), de Jo Hirst.

“[O livro define o termo] ‘identidade de gênero’ — ‘como você se sente interiormente sobre se você é um menino ou uma menina, ou outra coisa’. Essa é uma definição que induz as crianças a acreditarem que existem mais de dois sexos.”

Toda a ideia de uma identidade de gênero inata é cientificamente controversa, pois sugere que existem cérebros de meninas e cérebros de meninos, e que o que seu cérebro “pensa” sobre sua identidade pode, ou não, estar correlacionado com o sistema reprodutivo com o qual você nasceu. Sou um cientista que, por muitos anos, estudou como o cérebro conduz a glândula pituitária[ii] que dirige o sistema reprodutor, e estou entre aqueles que consideram essa teoria do “sexo cerebral” equivocada. Muitos artigos, e até livros inteiros, foram escritos discutindo as evidências científicas para a ideia de diferenças significativas nos cérebros de mulheres e homens, e muitos autores acham que os dados são insuficientes[iii]. Mas, no livro, essa teoria da identidade de gênero é apresentada a crianças pequenas como se fosse um conhecimento estabelecido — como a teoria dos germes ou a teoria da evolução[iv]

Biology Matters continua:

“O plano de aula [para uso com esse livro] ensina as crianças que tudo o que fazem é uma declaração, uma expressão. Se uma criança veste roupas para o dia, ela não está apenas colocando roupas. Eles estão expressando algo. Se eles derem cambalhotas, eles estarão expressando algo. E essas não são apenas expressões de personalidade. São expressões de ‘gênero’. As crianças são solicitadas a preencher informações sobre cada personagem do livro em um quadro como este:”

“Existem coisas que cada personagem pode fazer que NÃO são consideradas expressões de GÊNERO? Evidentemente, não. Observe que não há nenhuma linha no gráfico para ‘sexo’.”

Não costumamos usar a palavra sexo com alunos do primeiro ao terceiro ano, mas a maioria das crianças sabe que há uma diferença nas genitálias de meninos e meninas, mesmo sem saber a palavra para essas diferenças. A criança perceptiva pode se perguntar se aquelas crianças que não “se sentem” como um menino ou uma menina sequer têm órgãos genitais. Embora essas diferenças de sexo não sejam importantes nesta idade, a ideologia de gênero faz as crianças escolherem. Se, em vez disso, promovêssemos a ideia correta de que existe um continuum de comportamento humano que não se correlaciona com o sexo, não precisaríamos do conceito de gêneros múltiplos, nem precisaríamos escolher um.

Se, como esse livro pretende, menino e menina não têm nada a ver com sexo, e aceitamos a mensagem progressista de que algumas meninas gostam de correr e têm cabelo curto e alguns meninos gostariam de tentar usar vestidos, como determinamos quem é menina e quem é menino? O que foi que fez com que “Tom”, que nasceu mulher, decidisse “ser” um menino? Será que declarações sexistas que começam com “as meninas não podem fazer…” influenciaram “Tom”? Minha filha ouviu essas coisas por outras crianças na pré-escola. Quando meu filho tinha 3 anos, ele ouviu de outros meninos de 3 anos que ele não estava usando roupas de “meninos”. O policiamento de gênero começa em uma idade muito tenra[v]. Esses livros pesam a mão reforçando o gênero em vez de enfatizar as semelhanças entre os interesses de meninos e meninas. O comportamento convencional “de menina” ou “de menino” não serve para muitas pessoas. Por que não simplesmente concluir que as categorias culturalmente definidas — “feminino” e “masculino” — são o problema? E já que falamos nisso, por que não perguntar quem se beneficia com a perpetuação das noções de masculinidade e feminilidade?[vi]

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O livro They She He Me, Free To Be! (Elu Ela Ele Eu, Livre pra ser!), também voltado para alunos da primeira ou segunda série, apresenta algo central para a ideologia de gênero: os pronomes.


“As crianças são incentivadas a inventar seus próprios pronomes, que podem incluir palavras como ela/ele, elu, ze e até mesmo Tree (árvore)! Você pode dizer às pessoas que seu pronome é seu nome! Não há fim para a diversão que as crianças podem ter ao se concentrar em quais deveriam ser seus pronomes.”

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“O livro de identidade de gênero para a 3ª série, Is That for A Boy or a Girl? (Isso é para um menino ou uma menina?), começa bem. […] Aborda o tópico importante dos estereótipos sexistas e mostra como eles podem ser insensatos e injustos.”

“[Mais tarde, porém,] conhecemos uma criança que fica chateada ao ser solicitada a usar o banheiro correspondente ao seu sexo biológico, porque ela acredita ser do sexo oposto. […]. [Esse livro] deixa claro que a autopercepção de uma pessoa deve ser tratada como realidade, mesmo quando isso afeta os direitos dos outros. Nesse caso: o direito das pessoas[vii] a ter espaços privados segregados por sexo, como banheiros e vestiários.”

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Um livro chamado It Feels Good to be Yourself (É bom ser você mesmo), de Theresa Thorn e Noah Grigni, publicado por Henry Holt para alunos da 3ª, 4ª ou 5ª série, apresenta mais do vocabulário da ideologia de gênero.

“Crianças em idade escolar são apresentadas a Ruthie, que é ‘uma garota transgênero. Isso significa que, quando nasceu, todos pensaram que ela era um menino. Até que ela ficou um pouco mais velha — velha o suficiente para dizer a todos que é, na verdade, uma menina.’ […] Xavier é irmão de Ruthie. Ele é rotulado de ‘um menino cisgênero’. Isso significa que ele não nega que é um menino.

O livro, então, apresenta o amigo de Ruthie, Alex, que diz ser os dois, menino e menina. (Mais uma vez, só para ficar claro. Alex é uma menina. Seu sexo permanece constante, mesmo quando seu pensamento muda).

E há o amigo de Alex, JJ, que ‘NÃO É NEM MENINO E NEM MENINA’.

Alex e JJ, explica o livro, são NÃO-BINÁRIOS. Isso demonstra que algumas crianças sentem que sua identidade de gênero nem sempre é a mesma; muda com o tempo.”[viii]

À primeira vista, pode parecer que ser menina ou menino independe completamente do seu sexo. Mas então temos a definição útil de que ser “um menino cisgênero” significa que você não nega que é um menino[ix]. Portanto, o sexo está à espreita em segundo plano, não dito. Alegar uma crença quase religiosa de que você é do sexo oposto, ou tanto menino quanto menina, ou nem menina nem menino, é a melhor maneira que podemos imaginar de combater os estereótipos sexistas? Precisamos promover a noção pseudocientífica de que algumas pessoas podem ter “ambos” ou “nenhum” sexo? Sim, pessoas intersexo são uma minoria muito pequena da população humana, mas não é isso que está sendo ensinado aqui. Os autores do livro acrescentam, prestativamente:

“Você pode sentir que nenhuma dessas palavras o descreve perfeitamente. Você pode não ter certeza ainda. Talvez você ainda esteja descobrindo.”

Biology Matters responde:

“A implicação clara dessas declarações é que descobrir sua identidade de gênero é um uso valioso de tempo e energia. E, como você determina qual é a sua identidade de gênero? Segundo o obscuro raciocínio apresentado no livro, aparentemente o que você gosta de vestir e fazer tem algo a ver com isso.

[…] Os planos de aula instruem os professores a ler o livro duas vezes e, durante a segunda leitura, pedir às crianças que preencham tiras de papel para cada personagem. ‘Quando nasci, fui designado ____ no nascimento.’. ‘À medida que fui crescendo, percebi que sou _____.’. ‘Quando as pessoas falam sobre mim, devem usar os pronomes ______.’.

As crianças são, então, obrigadas a produzir ‘mapas de identidade de gênero’ para cada personagem, e a passar um tempo discutindo esses mapas. Embora as escolas não tenham permissão para ensinar astrologia e não tenham crianças mapeando seus signos astrológicos ou analisando como o alinhamento das estrelas moldará seu futuro, elas exigem que as crianças aprendam a terminologia de identidade de gênero, que não tem mais base científica [que astrologia].

Em seguida, vem uma trama particularmente distorcida: o livro pergunta: ‘É bom ser VOCÊ MESMO, não é?’ Mas as crianças que abraçam ‘identidades de gênero’ que não se enquadram em sua biologia estão literalmente se desassociando de seus corpos. Eles estão tratando uma grande parte de si mesmos — seus corpos físicos reais — como algo a ser ignorado, denunciado ou mesmo alterado química e cirurgicamente. De acordo com o livro, rejeitar seu corpo é sinônimo de se sentir bem por ser VOCÊ MESMO!

Também há uma ênfase na lição em ensinar às crianças que boas pessoas e boas famílias sempre concordam com tudo o que as crianças dizem sobre seu sexo. Quando as crianças rejeitam seu sexo, quando procuram ‘transicionar’ para outro sexo, a única opção amorosa para as famílias é dizer: ‘Isso é ótimo!’, ou assim as crianças são levadas a acreditar.”

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I Am Jazz (Eu sou Jazz), trazido a você pelos livros Dial, é voltado para alunos da 4ª série e esse livro traz os elementos finais da propaganda da ideologia de gênero. Usando a história de uma pessoa real, primeiro torna explícito o aspecto corpo-mente cientificamente controverso: “Eu tenho um cérebro de menina em um corpo de menino”, explica Jazz. Em seguida, apresenta a polêmica esportiva.

Inicialmente, é exigido que Jazz pratique esportes com os garotos, o que deixa Jazz muito triste. Finalmente, Jazz é permitido no time feminino. Quem se oporia a uma criança pré-adolescente, que quer ser aceita como uma garota, jogando no time feminino?

“Observe o que a referência às atividades esportivas de Jazz na escola primária realiza. Sutilmente, transmite que homens em esportes femininos é algo grandioso e libertador. Enquanto isso, torna invisíveis os sentimentos e as preocupações de quem não gosta da ideia.”

Muitas feministas gostam da ideia de esportes mistos, especialmente nessas idades. Na verdade, em vez de dividir as ligas por sexo, uma abordagem melhor poderia seria ter divisões “mais suaves” e “mais agressivas”. Nem todos os meninos se dão bem em um jogo agressivo, e nem todas as meninas precisam ser colocadas em ligas “mais suaves”. Mas, com o desenvolvimento [das crianças], vêm as diferenças entre os sexos na densidade óssea, massa e tamanho muscular, e a situação muda. Alguns esportes podem permanecer mistos, enquanto outros não.

Biology Matters também destaca este ponto importante:

“Jazz é apresentado às crianças em idade escolar como a imagem da saúde e da autorrealização.

Completamente ausente do material escolar está qualquer menção às realidades angustiantes da transição médica de Jazz, incluindo complicações e dores extremas associadas à remoção de seu pênis. Problemas como infertilidade, interrupção do desenvolvimento do cérebro, perda de densidade óssea, incapacidade de ter orgasmos e aumento do risco de ataques cardíacos e derrames não são mencionados. As histórias daqueles que desistem e destransicionam das identidades trans nunca são compartilhadas.”.

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O que nós, que vemos o sexismo na ideologia de gênero, podemos fazer? Nós podemos descobrir se a ideologia de gênero está sendo ensinada nas escolas locais e levantar a questão com eles. Os cristãos conversadores não são as únicas pessoas que acreditam que a diferenciação sexual é real.

Recentemente, conservadores promoveram protestos furiosos nos Conselhos de Educação, tanto sobre a ideologia de gênero quanto sobre a Teoria Crítica da Raça. Devemos deixar explícito que aqueles de nós que protestam contra a educação da identidade de gênero defendem o ensino da verdade sobre o sexo, enquanto aqueles que protestam contra o ensino sobre raça estão se posicionando contra a verdade — contra o ensino da verdade de nossa história dos EUA.

Poderíamos exigir que livros como Sex and Gender: An Introductory Guide (Sexo e gênero: um guia introdutório) de Phoebe Rose, fossem incluídos no currículo. Esse livro é voltado para alunos do ensino médio e aborda a diferença entre sexo e identidade de gênero diretamente. Ao mesmo tempo, sua mensagem apoia muito a quebra de estereótipos baseados no sexo.

Existem vários livros escritos para crianças menores enfatizando a mensagem de que você não precisa negar ser uma menina ou um menino por causa das coisas com que gosta de brincar. Em particular, parece haver um foco em meninos que quebram as normas de gênero. As análises dos clientes sobre esses livros são bastante interessantes; eles vão de um extremo ao outro e incluem tudo o que está entre os dois. Nenhum que eu vi levantou a ideia de que talvez não queiramos mais apoiar as fadas princesas, mas eu vi um comentário sobre como as mulheres tiveram de lutar para poder usar calças. Se você conhece outros livros que devem ser usados nesses currículos escolares, especialmente para o jardim de infância e jovens alunos do ensino fundamental, por favor, insira os títulos e autores na seção de comentários abaixo deste post.

Uma pequena ação que pode ser útil é deixar uma resenha crítica na Amazon, de uma perspectiva feminista, de livros que promovam a ideologia transgênero. No momento, a maioria desses livros tem centenas de resenhas positivas; na verdade, há tantas resenhas positivas que parece o resultado de organização transativista.


Outra coisa, claro, é conversar com os jovens em sua vida e enfatizar que você não precisa mudar seu corpo para corresponder aos estereótipos sexuais atuais. Parece ridículo, mas, no século 21, é uma declaração política dizer para meninas que está tudo bem serem rudes e bagunceiras e, para os meninos, que está tudo bem gostarem da cor rosa!


Notas

[i] Quando pensamos na difusão da ideologia que ocorre na internet, em fóruns, grupos e redes sociais, de maneira muito mais desordenada e, muitas vezes, maliciosa, entendemos a urgência de debatermos esse assunto e conceitos rasos e confusos que estão sendo ensinados. 

[ii] Mesmo que hipófise, “considerada a principal glândula do corpo humano. Sua função é a de regular o trabalho de outras glândulas, como a adrenal, a tireoide, os testículos e os ovários. Fonte: SBEMSP)

[iii] O que, para a ciência, significa que não tem diferenças relevantes que levem a definir como será o cérebro de uma mulher e de um homem. (Fonte: ElPaís)

[iv] O que é tão absurdo quanto o ensino de criacionismo em escolas públicas de países laicos.

[v] Quando minha filha estava no maternal, em 2013/2014, ela se recusou a colocar uma calça verde, porque “verde era cor de menino”. A levei até meu guarda-roupa, mostrei as peças que tinha nessa cor (e eram muitas). Desde então precisei reforçar (durante muitos anos) que não existia nada “de menino” ou “de menina”. Em alguma confraternização na escola, vi pendurado na parede da sala um quadro que separava roupas entre “meninos” e “meninas”. Conversei com a diretora que isso não fazia sentido, ela concordou, não sei se porque entendeu o sexismo, ou se não queria render o assunto (acredito mais na segunda opção). Mas isso me faz pensar quando foi que mudamos o discurso ativista materno de “não existe coisas de menino ou de menina” para “se gosta de princesa é menina, se gosta de super-herói é menino”?

[vi] Sabemos que a resposta, se dada sob um viés feminista, é o patriarcado, logo, os homens privilegiados pelo sistema sociopolítico vigente (capitalista, racista e elitista).

[vii] Importante especificar quem são essas “pessoas”: mulheres e crianças. Afinal, banheiros, spas, salões de estética, vestiários, esportes, dentre outros espaços e categorias separados por sexo foram direitos conquistados, necessários para proteção contra a violência masculina direcionada a essas pessoas (mulheres e crianças). Sabemos que, mesmo com os espaços separados por sexo, muitas mulheres e crianças ainda são vítimas de homens agressores que burlam as regras quando possível, invadindo esses espaços.

[viii] Até onde eu li em sites informativos e em comentários de discussão do tema em redes sociais, o “não-binário” (não se identifica com feminino nem com masculino) é diferente do “gênero fluido” (que muda com o tempo). Cada dia temos teorias e conceitos novos (muitas vezes contraditórios ou que se anulam entre si). 

[ix] Há ainda outra definição que leio mais, que são pessoas que “se identificam com o gênero correspondente ao sexo”, que é tão problemática quanto essa, já que sabemos que gênero é a maneira de perpetuar a dominação de mulheres, sendo nocivo ao servir como definição de seres humanos fêmeas como sendo inferiores, submissas, servis, dóceis, maternais etc. Afinal, que mulher se identifica com isso?


Tradução do texto de Kathy Scarbrough de 18/12/2021

No original