Essa publicação é um compilado de materiais (textos e audiovisual) publicados sobre o tema da prostituição. Alguns links também abordam a pornografia, uma vez que é apenas mais uma expressão da indústria do sexo, isto é, uma versão digitalizada de prostituição.
Abordagens Legais: o que fazer sobre a prostituição?
Se você não sabe bem por onde começar, sugiro que inicie sua leitura pelo texto Os 4 modelos legais sobre prostituição, que é um resumo das abordagens legais que existem atualmente em vigor internacionalmente. Assim, você entenderá como os diferentes Estados têm lidado (ou não) com a prostituição enquanto um problema social. Esse texto, da ativista Kathleen Berry, também pode ajudar a entender a luta pela reforma: Abolir a prostituição: um tratado feminista de direitos humanos.
SWERFs: o feminismo radical exclui prostitutas?
Você talvez já deve ter ouvido que o “feminismo radical” é contra a prostituição ou que exclui “trabalhadoras do sexo” (inclusive, inventaram uma sigla para isso: SWERF, que significa “Sex Worker Exclusionary Radical Feminist”; tradução livre: feminista radical que exclui trabalhadoras do sexo; e usam isso como ataque, xingamento ou para validar campanhas de assédio e exclusão de feministas críticas ao sistema da prostituição). Se gostaria de entender essa treta, sugiro ler o texto Por que o feminismo radical exclui trabalhadoras do sexo?, que foi escrito por uma prostituta que é também feminista radical e, claro, abolicionista.
“Meu corpo, minhas regras”: Prostituição vs Aborto
Talvez você já tenha ouvido argumentos que comparam prostituição com aborto ou você mesma tenha essa dúvida: por que legalizar o aborto, mas não legalizar a prostituição? Não é “meu corpo, minhas regras”? Se essa é uma dúvida que você tem, pode ler o texto Pare de comparar prostituição com aborto, que vai analisar esses falsos cognatos e explicar porque não são comparáveis.
E o consentimento?
Você também talvez já tenha ouvido que a prostituição só é problema se for forçada, mas não é problema se for entre “dois adultos que consentem”, afinal, a mulher adulta pode e deve fazer suas escolhas e decidir sobre seu corpo. Se quer entender o problema com o argumento do consentimento, sugiro ler o texto Consentimento não é suficiente.
Abolir vai tornar a prostituição mais marginal
Outro argumento comum é que uma abordagem abolicionista ao sistema de prostituição causaria maior marginalização das mulheres prostituídas e que, portanto, a legalização do mercado e a regulamentação da prostituição serviria para combater essa marginalização. Sobre isso você pode ver o vídeo “Qual a causa da marginalização na prostituição?”.
Além disso, sugiro ler e ouvir diretamente o depoimento de mulheres que estiveram ou estão na prostituição sobre isso:
- Descriminalizar clientes e cafetões não melhorou nossas vidas
- Sabrina Valisce (NZ) sobre a Regulamentação da Prostituição
Também pode ler essa matéria da jornalista Julie Bindel para ter uma ideia de como, efetivamente, a regulamentação não trouxe menos marginalidade na Suíça. Aliás, trouxe mais — e agora temos drive-thru para consumir mulheres! uhul!: A brutal normalidade do Comércio Sexual na Suíça.
Prostituição e Racismo
Se você está se questionando sobre as ligações entre prostituição e racismo, tem aqui muito material! Sugiro começar por essa entrevista com várias sobreviventes — negras, amarelas, indígenas — que falam exatamente sobre isso: Entrevista: Mulheres racializadas contra a prostituição.
Vednita Carter, afro-americana sobrevivente nos Estados Unidos, também fala do tema nessa apresentação: Vednita Carter (USA): Prostituição e Racismo. Agora, é imprescindível ler esse artigo, da pesquisadora e ex-presidente da Coalização Contra o Tráfico de Mulheres (CATW — Australia) Janice Raymond, sobre as ligações entre Prostituição e Escravidão Racial: Escravidão Sexual & Escravidão Racial.
E, claro, também leia a entrevista de Cleone Santos, mulher negra sobrevivente da prostituição no Brasil e líder da ONG Mulheres da Luz: Cleone Santos: ‘A mulher em situação de prostituição tem que poder sonhar’.
Se você já está mais ou menos por dentro do debate e gostaria de escolher o que ler, pode checar todo o conteúdo abaixo, que está separado por tópicos. Boa leitura!
De sobreviventes:
- Descriminalizar clientes e cafetões não melhorou nossa segurança e nossas vidas
- De defensora do “trabalho sexual” a líder sobrevivente
- O lobby cafetão reagirá com força se tocarmos no negócio virtual global de prostituição
- Entrevista a Huschke Mau, sobrevivente do sistema de prostituição legal da Alemanha
- Sobreviventes de exploração sexual infantil lutam contra registro criminal
- Entrevista: Rae Story e a “classe-medização” da prostituição
- Por que o feminismo radical exclui trabalhadoras do sexo?
- Entrevista: Mulheres racializadas contra a prostituição
Vídeos de sobreviventes:
- Vednita Carter (USA): Prostituição e Racismo
- Sabrina Valisce (NZ) sobre a Regulamentação da Prostituição
- Rachel Moran (IE) sobre “Um trabalho como outro qualquer”
- Mickey Meji (ZA) sobre o sistema de prostituição
- Marise Cristina (BR) sobre a realidade da prostituição no Brasil
- Sónia Sanchez (AR) sobre os direitos da mulher na prostituição
Sobre legislações e modelos em vigor:
- Os 4 modelos legais sobre prostituição
- Abolir a prostituição: um tratado feminista de direitos humanos
- Quem controla a Descriminalização da Prostituição?
- Porque o jogo ficou favorável para a Suécia no comércio sexual
- A brutal normalidade do Comércio Sexual na Suíça
- Diversidade funcional e o direito masculino ao sexo
- Nota sobre a prisão de mulheres por manutenção de bordeis na Irlanda
- Por que devemos nos opor à total descriminalização da prostituição
- Como era a legislação sobre Prostituição na URSS?
- Marian Hatcher sobre o projeto antitráfico SESTA-FOSTA (EUA)
Análise, teoria e história:
- Escravidão Sexual & Escravidão Racial
- 70 anos depois, um novo sistema de “mulheres de conforto”
- Entrevista com Rosa Cobo, autora do livro: “A prostituição no coração do Capitalismo”
- Pare de comparar prostituição com aborto
- Ver a prostituição de perto e ser pró-regulamentação? Impossível.
- Robôs sexuais aumentam o potencial de violência baseada em gênero
- Da “Mulher como Objeto” ao “Objeto como Mulher”
- Pornografia, juventude e prostituição
- Resposta a Monique Prada e ao Mídia Ninja
- A realidade da prostituição nas entrelinhas de Bruna Surfistinha: não é o que te venderam
- Reflexão sobre Pornografia e Capitalismo
- Consentimento não é suficiente
- Prostituição e feminilidade: o combo da opressão de gênero
- A quem serve uma Esquerda que defende a prostituição?
Só Brasil:
- Resposta a Monique Prada e ao Mídia Ninja
- Marise Cristina (sobrevivente) sobre a realidade da prostituição
- A realidade da prostituição nas entrelinhas de Bruna Surfistinha: não é o que te venderam
- Vanessa Danieli (sobrevivente) — sobre a Indústria Pornográfica
- Cleone Santos (sobrevivente) — mulheres na prostituição e pandemia
- Cleone Santos: ‘A mulher em situação de prostituição tem que poder sonhar’